TRE decidiu que queda-de-braço interna vivida por Jonas é motivo para deixar o partido sem perda de mandato. Caminho do vereador deve ser o PP
Jonas Dalagna recebeu do Tribunal Regional Eleitoral, o TRE, a segunda melhor notícia do ano – segunda, porque a primeira, é certamente a chegada do primeiro filho dele com a esposa Fernanda, o Bento; em decisão publicada ainda na quinta, 9, o desembargador Voltaire de Lima Moraes comunicou o voto, acolhido pelos demais julgadores, que dá ao primeiro vereador eleito pelo Partido Novo em Canoas de se desfilar do partido imediatamente e sem abrir mão do mandato.
A divergência de Jonas com o Novo o blog já publicou aqui, mais de uma vez – Jonas consegue ‘ok’ da Justiça para deixar o Novo: a ‘rabugice moderna’ e a janela antecipada é só o mais recente.
Ainda no ano passado, um figurão do partido espalhou em redes de WhatsApp que o vereador canoense havia praticado ‘rachadinha’, o que depois ficou claro que se tratava de uma denúncia motivada pela demissão de um ex-assessor de Jonas, meses antes. E como em política as moedas costumam ter três lados, a coisa ganhou corpo porque Jonas não fez campanha para o tal figurão que se interessou pelo caso mais para dar um ‘block’ no líder nascente e evitar o próprio tropeço nas disputas internas.
LEIA TAMBÉM
Além disso, o Novo não atingiu a cláusula de barreira nas eleições de 2022, o que limita a atuação do partido e as possibilidades de crescimento. Em eventuais disputas maiores, como uma eventual disputa por um governo municipal ou vaga nos parlamentos estadual e nacional, o tempo de TV e recursos do fundo ficam encolhidos.
O fundo, aliás, é outro fundamento presente na ação de Jonas que o liberta da amarra da fidelidade partidária. O vereador alega que o Novo foi criado com o discurso de não usar os recursos do fundão eleitoral e, recentemente, mudou o estatuto para começar a sacar o dinheiro a que tem direito. A Justiça Eleitoral, no entanto, entendeu que essa mudança se trata de uma mera alteração estatutária e não uma guinada programática, e negou o motivo como razão para deixar a sigla antes da janela de março.
É uma vitória para Jonas, sem dúvida, mesmo com a negativa sobre o uso do fundo eleitoral.
Os planos de Jonas ainda não foram oficialmente confirmados, mas ele deve deixar o Novo apenas na janela do troca-troca, em março. Há uma dúvida sobre a decisão proferida pelo TRE que diz que autoriza a “desfiliação de Jonas do Partido Novo, sem perda de mandato, condicionada à imediata filiação a outra agremiação partidária que tenha atingido a cláusula de desempenho”. A questão a ser esclarecida, aqui, é se a desfiliação precisa ser imediata, ou seja, nos próximos dias ou semanas, ou se pode acontecer a qualquer tempo, desde que sucedida pela imediata filiação a outro partido.
Pelo sim e pelo não, Jonas já tem uma ideia clara de caminho a seguir: deve engrossar as fileiras do PP assim que o caso estiver resolvido – no máximo, na janela de março. E quer ‘chegar chegando’, como se diz por aí: está disposto, inclusive, a assumir a braçadeira de candidato a prefeito, se precisar. Fardado, sim, mas também atendo às discussões que o PP deve tratar com a base que hoje apoia o governo Jairo Jorge e que a cúpula política desse grupo que manter unida enfrentar as urnas no ano que vem.
Enquanto espera a chegada do Bento, o ‘papai Jonas’ flerta com as possibilidades para 2024.