RAFAEL MARTINELLI

Chefe de gabinete do vereador Thiago De Leon é exonerado para assumir como assessor especial do governador; A ‘bancada do Leite’ em Gravataí e o orçamento da ideologia

De Leon em peça de campanha em defesa do voto, publicada em suas redes sociais

Moção de vereador de Gravataí só serve para fazer eleitor e servidores de bobo; O voto de hoje é a contrariedade ou a abstenção de amanhã é o artigo que publiquei em 6 de dezembro de 2022, após Thiago De Leon (PDT) propor na Câmara uma moção de “apoio aos servidores públicos estaduais inativos e pensionistas devido ao desconto previdenciário” cometido pela reforma da previdência de Ranolfo Vieira Jr. (PSDB) & Eduardo Leite (PSDB).

Não errei na manchete.

Na sessão desta terça-feira o vereador Dilamar Soares (PDT), mesmo que por uma questão figadal com o colega, revelou que o ex-chefe de gabinete de De Leon foi nomeado assessor especial do governador na Secretaria da Educação.

Não vou analisar neste artigo a notória qualificação de Giovanni Napoletano Dompieri para o cargo, que foi a justificativa de De Leon ao responder ao inimigo político, ou as reformas, feitas também em Gravataí, por Luiz Zaffalon (MDB), e no Brasil, pelo golpista Michel Temer (MDB), o que já apanhei muito por ter coragem de tratar à luz das impopulares necessidades, o que chamo ‘ideologia dos números’.

Fato é que o ‘número 1’ de De Leon agora ocupa um CCzão no governo Leite; o qual seu ex-chefe critica.

Dompieri foi exonerado dia 3 de fevereiro; o que impede o ex-chefe, ou o ex-chefiado desmentir que o desligamento não tenha sido devido ao convite para ocupar cargo no Governo do Estado.

Aí a explicação do que descrevo como relação ‘figadal’ entre Dila e De Leon se faz necessária. E explica o tom de ‘denúncia’ na fala do primeiro.

Acontece que Dila e o vereador Bino Lunardi (PDT) foram alvo de ameaças de expulsão por dirigentes do partido em Gravataí, entre eles De Leon, atual presidente, por terem votado a favor da reforma da previdência apresentada em Gravataí pelo prefeito Luiz Zaffalon.

Volto ao artigo Moção de vereador de Gravataí só serve para fazer eleitor e servidores de bobo; O voto de hoje é a contrariedade ou a abstenção de amanhã.

Escrevi:

“São os próprios políticos que fazem mal à política. A moção de Thiago De Leon (PDT) votada pela Câmara de Gravataí nesta terça-feira é um exemplo. Reputo é fazer o eleitor de bobo, ao submetê-lo a um resultado que diz nada vezes nada. As ideologias, por pelo menos duas legislaturas, restam tão mortas quanto convicções de abstenção”.

Segui:

“Inegável é que a bagunça na votação, se fizermos uma relação com a reforma da previdência municipal, só demonstra que o eleitor é refém do humor de momento dos políticos”.

Reportei no texto quem votou a favor, contra ou se absteve, e fiz o recorte sobre De Leon:

“Há, também, o autor, Thiago De Leon, em um Dos Grandes Lances dos Piores Momentos. É que, se foi coerente com seu voto contra a reforma municipal, não ‘combinou com a russa’: Miguelina Vecchio, uma das dirigentes estaduais mais influentes em seu PDT, com senão algum dos deputados eleitos, deu discurso de apoio a Leite na reunião de encerramento da transição de governo, semana passada:

– Faremos um governo melhor ainda”.

Assim concluí:

“Aposto que gente que leu até aqui vai voltar e reler novamente, para tentar entender o artigo. É a prova da bagunça. Vereadores, parem de gastar luz e água, perdendo tempo com esse tipo de votação na Câmara. Arrisca o Ministério Público denunciar crime ambiental. E, Thiago De Leon, não subestime o servidor. Poucos ainda saem do teatro do qual são envolvidos acreditando em mocinhos ou vilões. Culpa de boa parte dos políticos, à esquerda ou direita, invariavelmente inebriados com o doce sabor de ser oposição, ou as benesses pessoais de ser governo”.

Sigo eu, hoje.

Reafirmo que não escrevo para fazer um shame exposed de De Leon. Não trato de ‘CPFs políticos’ e sim de ‘CNPJs políticos’; o que expliquei para gente da esquerda que considerou à época que ‘peguei pesado’ com o vereador no artigo sobre a moção “sugerida pelo CPERS”, o sindicato dos professores estaduais.

Apenas, mais uma vez, reputo o exemplo aldeano didático para o eleitor fazer leitura política.

Na moção ‘anti-Leite’, que referi acima, propôs De Leon, em 16 de novembro de 2022: “b) Que seja cumprido na sua integralidade a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional, garantindo aos profissionais da educação o seu recebimento”.

Mesmo que por diferentes motivos, Leite, assim como Zaffa, o que reportei em Decisão de Zaffa de ainda não pagar aumento no piso para professores de Gravataí tem apoio da Confederação Nacional dos Municípios; A popularidade para ser impopular, não se compromete em pagar o piso.

Vereador De Leon!, queiras ou não, ao ter um de seus ideólogos como ‘assessor especial’ do governador, és – ou ao menos parece, como naquela história da ‘Mulher de César’ – tão da ‘bancada do Eduardo Leite’ em Gravataí quanto a vereadora Anna Beatriz (PSD), que tem o companheiro Dimas Costa como secretário adjunto dos Esportes.

Ao fim, como profetizava o Millôr, “toda ideologia depende de um orçamento”.

Se Gravataí ganhar, a hipocrisia sai na urina.


Assista ao que falou Dila na sessão

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