Uma certeza: As aulas de 2019 estão asseguradas e os alunos vão concluir o ano letivo que está chegando ao fim.
Uma incerteza: O ano letivo de 2020 pode até nem começar. Mas o que já é dado como certo é a supressão de vagas nas séries iniciais.
Esta é a situação desta segunda-feira (18/11) na Escola Estadual de Ensino Médio Tuiuti, que teve três pavilhões – o equivalente a 12 salas de aulas – interditados na semana passada. Um dos pavilhões com outras quatro salas está interditado desde o meio do ano.
A medida foi determinada pela Secretaria de Obras do Estado diante da precariedade das instalações já que foi retirado o forro de todos os pavilhões depois de uma inspeção que apurou o risco de acidente. O material poderia cair e atingir alunos. Com isso, os alunos ficaram sem ter onde estudar.
A direção da Tuiuti, entretanto, desde que a interdição das salas de aula foi anunciada quinta-feira, mobilizou a comunidade escolar e articulou alternativas que resultaram na retomada das atividades nesta segunda-feira. Mesmo dia em que começou uma nova greve do Magistério estadual contra medidas anunciadas pelo governo.
— Nós vamos permanecer firmes, aqui, para que a escola continue e possamos finalizar o ano letivo — disse a professora Geovana Rosa Affeldt, diretora da escola há cerca de quatro anos, acrescentando que dos cerca de 60 professores que a Tuiuti tem, apenas três aderiram à paralisação decidida na semana passada.
Prestes a iniciar o período de férias escolares, a diretora Geovana se mostra uma incorrigível otimista e nutre, ainda assim, a expectativa de que o governo do estado equacione os problemas da Escola Tuiuti e resolva a questão estrutural – e da rede de energia – até a data de início do ano letivo de 2020.
— Espero que a gente não sofra com a redução de vagas, que pode acontecer se nada for feito para recuperar os prédios. Se isso ocorrer vai ser um prejuízo muito grande para a comunidade. Esperamos que o governo se mobilize, se sensibilize e nos atenda — afirmou.
Menos turmas
A diretora admite que não houve até agora qualquer sinalização de parte das autoridades estaduais, tanto da secretaria de Educação do estado, quanto da secretaria de Obras e Habitação, no sentido de serem realizadas as obras que são necessárias nas instalações da Escola Tuiuti.
Já sobre a redução de vagas, ou não abertura de matrículas para alunos oriundos de outras regiões, Geovana Affeldt confirmou que já há firmes indícios de que a medida vai ser mesmo tomada . Isso vai significar, na avaliação da diretora, a extinção de seis a oito turmas em relação às que existem hoje.
EM CHOQUE
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O problema na Escola Tuiuti se arrasta desde 2016 quando a diretora reivindicou a substituição e melhoria das instalações eleétricas.
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O dinheiro para o trabalho, R$ 120 mil, chegou a ser obtido pelo governo junto ao Bando Interamericano de Desenvolvimento, o Bird.
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Como o serviço não foi executado, o valor teve que ser devolvido – o que aconteceu no dia 31 de maio passado.
Ações de mães
Um grupo de pais e mães de alunos da Escola Estadual Tuiuti está mobilizado e, literalmente, “correndo atrás da máquina” para que as aulas não sejam prejudicadas e não aconteça o fechamento de turnos através da extinção de vagas a partrir do ano letivo de 2020.
Marília Silva dos Santos tem três filhos estudando na Tuiuti. Ela não concorda com a forma como o governo interditou as instalações da escola, sem anunciar um cronograma para a realização das obras.
— Se eles fizessem a interdição dizendo que iriam começar a fazer a reforma, a gente aceitaria, claro. O que é um cúmulo é fazer a interdição sem ter planejamento de obra, sem anunciar quando vai ser feita a reforma — afirmou.
As mães estão mobilizando a comunidade escolar e anunciam que vão recorrer a todas as esferas judiciais cabíveis para assegurarem o direito dos filhos de continuarem estudando na Tuiuti, e para que as obras sejam feitas garantindo a segurança e o bem-estar dos quase 1.200 alunos do educandário.
Quatro operações
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Somar, diminuir, multiplicar e dividir são as quatro operações da Matemática que a direção da escola colocou em prática para acomodar os alunos e ter condições de continuar as aulas, apesar dos pavilhões das salas de aula estarem interditados.
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Nesta segunda-feira, parte dos alunos se dividiu na manhã e tarde entre outras dependências da Tuiuti, o Centro de Tradições Gaúchas Carreteiros da Saudade e o Instituto federal – IFSul.
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Nos turnos da manhã e tarde, sete turmas se dividiram em duas instalações do Carreteiros da Saudade, enquanto outras sete ficaram na escola (no refeitório, salão de eventos – quatro turmas – e na sala dos professores.
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Na parte da noite segundo anunciou a diretora Geovana Affeldt três turmas seriam deslocadas para o IFSul, que tem instalações vizinhas à escola, e duas turmas continuariam com aulas nas salas adaptadas e no pavilhão de eventos.
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Confira o vídeo com a reportagem do Seguinte: na Escola Tuiuti, nesta segunda-feira. Clique na imagem abaixo para assistir.