Para ter um controle de como o mosquito Aedes aegytpi, responsável pela transmissão da dengue, se comporta, a Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha adotou um método chamado ovitrampa.
De acordo com João Henrique Dobler Lima, biólogo e coordenador da Vigilância em Saúde do município, este método mudou a forma de se trabalhar no combate do mosquito.
– Antigamente os agentes iam em todos os bairros, coletavam larvas, elas eram levadas para laboratório para serem identificadas e era em cima dessa coleta que estipulávamos se havia infestação do mosquito ou não. Agora ainda fazemos coleta da larva, mas para levantamento de índice de infestação é feita a contagem de ovos através do ovitrampa – explica.
A ovitrampa é uma espécie de armadilha que consiste em um vaso de planta sem furo e uma palheta de eucatex, onde é colocado levedo de cerveja afim de atrair a fêmea do mosquito a depositar os ovos no local (ovoposição). A equipe de agentes deixa esta armadilha nas casas, com um pouco de água e retorna
em cinco dias para recolher e levá-la ao laboratório para fazer a contagem dos ovos.
– As ovitrampas simulam um criadouro de Aedes aegypti. A partir delas, podemos calcular a densidade da população do mosquito e quais os locais de maior proliferação. Com isso, são pensadas quais estratégias mecânicas de combate à dengue, como mutirões de limpeza, educação em saúde, entre
outras serão aplicadas – afirma João Lima.
Em função da epidemia de dengue vivida em Cachoeirinha, as cerca de 100 ovitrampas espalhadas por 24 localidades foram recolhidas de toda a cidade.
– É uma medida adotada quando se começa um surto da doença. O recolhimento aconteceu em março porque neste momento não é prioridade saber onde tem mais ovo e sim onde tem mais casos da doença. Acreditamos que até julho deveremos manter em suspenso este trabalho – acrescenta o
coordenador da Vigilância em Saúde.