O prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem (MDB), esteve reunido na quarta-feira (30) com o governador em exercício Gabriel Souza (MDB) para apresentar a série de projetos estratégicos que compõem o programa “Cachoeirinha 2050 – Resiliência Urbana e Inovação na Gestão de Riscos Climáticos”, considerado o maior investimento em infraestrutura da história do município.
O encontro, que contou com a presença do secretário municipal de Planejamento, Paulo Garcia, teve como foco a articulação de apoios e a inserção da cidade no Fundo Estadual para Reconstrução dos Municípios Atingidos por Eventos Climáticos Extremos (Funrigs).
Na audiência, a comitiva de Cachoeirinha detalhou ações prioritárias para conter alagamentos e proteger regiões vulneráveis. Entre os principais projetos estão o reforço do dique até a Avenida Flores da Cunha, a modernização das casas de bombas João Pessoa e Nilo Peçanha e intervenções de drenagem urbana em áreas críticas como Parque da Matriz, Meu Rincão, Carlos Wilkens e Jardim América.
O reforço no dique se refere à estrutura já existe. O prolongamento da estrutura já tem recursos na ordem de R$ 100 milhões, previstos no PAC de R$ 2,9 bilhões para obras de resiliência climática na Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí.
“Essas obras são fundamentais para salvar vidas e proteger o patrimônio de centenas de famílias. Estamos buscando apoio técnico e institucional para garantir agilidade e segurança nas ações de reconstrução”, disse o prefeito.
Eletrovia e novo corredor logístico
Outro destaque da pauta foi a apresentação do projeto da Eletrovia no eixo do IRGA, considerada uma obra estruturante que poderá marcar o ponto inicial da futura RS-010. A via será integralmente custeada pelo município com recursos financiados junto ao Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) e contará com pontos de recarga para veículos elétricos, iluminação LED, drenagem inteligente e paisagismo sustentável.
A Eletrovia conectará a Avenida das Indústrias, próxima à Cientec, ao centro da cidade, funcionando também como dique contra enchentes. O traçado prevê futura ligação com uma nova via na lateral da Base Aérea de Canoas, formando um corredor logístico metropolitano.
“Essa via é um divisor de águas. Vai desafogar avenidas como Fernando Ferrari e Flores da Cunha, e atrair novos investimentos para a cidade”, destacou Cristian.
Três eixos do programa Cachoeirinha 2050
O programa “Cachoeirinha 2050” contempla investimentos de US$ 88 milhões, divididos em três eixos.
1. Infraestrutura Resiliente (R$ 78 milhões): prolongamento da Av. Fernando Ferrari e construção da Eletrovia Urbana (R$ 25 milhões); urbanização do Arroio Passinhos com canalização e recuperação ambiental (R$ 36 milhões) e viaduto na Av. Fernando Ferrari com drenagem inteligente (R$ 7 milhões).
2. Edificações Públicas (R$ 72 milhões): novo Centro Administrativo com Centro de Controle de Desastres (R$ 30 milhões) e Centro de Eventos Sustentável (R$ 42 milhões), ambos com estruturas resistentes a eventos climáticos extremos.
3. Inovação e Gestão (R$ 2,4 milhões): capacitação de mulheres e jovens em gestão de riscos e implantação de sistema de georreferenciamento e sensores para monitoramento de cheias em tempo real.
As licitações estão previstas para 2026, após a formalização do contrato durante a COP30, em novembro, na cidade de Belém (PA). Segundo o secretário Paulo Garcia, o cronograma preparatório segue dentro do prazo, com a expectativa de assinatura do acordo com o AIIB durante o evento climático internacional.
Compromisso estadual
O governador em exercício, Gabriel Souza, determinou o encaminhamento dos trâmites necessários pelas equipes técnicas do governo estadual e confirmou visita oficial a Cachoeirinha em agosto. Ele ressaltou a importância das propostas apresentadas e o compromisso em fortalecer a cooperação institucional para apoiar os municípios na reconstrução pós-desastres.
Instituído pelo Decreto Estadual nº 57.647/2024, o Funrigs é o principal instrumento de financiamento estadual voltado à recuperação das cidades afetadas por eventos climáticos extremos em 2023 e 2024. A criação do fundo busca agilidade, segurança jurídica e transparência na alocação dos recursos.
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