A possibilidade de novas eleições, com uma saída de Daniel Bordignon (PDT) das urnas, alimenta rumores de todos os tipos no meio político.
A maioria inacreditável aos leigos.
Como o movimento para Anabel Lorenzi desistir de concorrer novamente para permitir uma aliança do PSB com o prefeito Marco Alba (PMDB)!
Os socialistas ganhariam a presidência da Câmara com Paulo Silveira, o vereador mais votado do partido, e o vice, com Carlos Fonseca, que iniciaria os preparativos para seu sonho de disputar a Prefeitura em 2020.
Paulinho, talvez o vereador que mais fez oposição a Marco nos últimos três anos e dez meses, seria seduzido pelo privilégio de comandar a Prefeitura até o resultado da nova eleição que, se repetir a experiência de Novo Hamburgo, acontecerá apenas em março.
Tô de olho nessa m…
Só a fofoca sobre uma aliança dessas já tira o sono de Wagner Padilha, o ‘Tô de olho no buraco’, fenômeno das redes sociais eleito pelo sucesso de seus esquetes atacando o prefeito – mais que atacando, ridicularizando, como entendeu a Justiça Eleitoral, que mandou o ator tirar os vídeos do ar durante a campanha.
30/05/2016
Não se pode esquecer que essa aproximação – surreal para aqueles que martelam teclados defendendo seus candidatos nas redes sociais, onde por vezes perdem amigos e trocam ofensas e ódios – já foi tentada pelo topo da cadeia alimentar dos dois partidos.
Em 30 de maio, o Seguinte: noticiou com exclusividade uma reunião, no Palácio Piratini, entre o governador José Ivo Sartori (PMDB), o presidente estadual do PSB Beto Albuquerque e outros políticos.
Entre o cafezinho e o chimarrão daquele início de noite, Anabel foi cogitada para assumir a Secretaria da Educação do Estado.
Escudada pelos 40.043 votos de 2012, e a esperança de vencer a eleição, a professora, que diz que essa conversa nunca aconteceu, insistiu em ser candidata.
Abertas as urnas, com Anabel em terceiro lugar, 14.287 votos a menos dos que fez em 2012 e 7.664 atrás de Marco, a força dela pode diminuir frente a pressões externas.
O sonho do Beto
Em Cachoeirinha, por exemplo, o PSB, sob forte ascendência do deputado federal José Stédile (‘padrinho político' de Carlos Fonseca), e o PMDB do vice Maurício Medeiros, próximo a Marco e Eliseu Padilha, vão para o quarto governo juntos, a partir de 2017.
E Beto Albuquerque precisa, e muito, de apoios para sua candidatura a senador em 2018.
In dubio pro reo
Aos que chegaram ao fim do texto chamando o jornalista de louco ou de tudo quanto é coisa, permitam o benefício da dúvida.
Em política cabe bem a frase creditada a um e a outro, mas que não escreveu Dostoiévski em ‘Os Irmãos Karamazov’, nem Nietzsche em ‘Assim falou Zaratustra’:
– Deus morreu, tudo pode.
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