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E o Breno Garcia ganhou vida

Renata já está em casa, no Residencial Breno Garcia | GUILHERME KLAMT

Rua Gramado dos Loureiros, 49. Residencial Breno Garcia.

Este é o novo endereço do pequeno Wellyto, de oito meses. Ele saiu cedo de casa, dormindo no colo da mãe, Renata Letiana Silva da Rosa, 24 anos, na Vila Casenco, e quando acordou, já estava com a chave da casa onde ele, que é o mais novo dos quatro irmãos — dois gêmeos de quatro anos e o mais velho, de cinco —, começará uma vida nova.

— Estou vindo para cá com muita esperança. É um lugar melhor para criar os meus filhos, com creche, escola, posto de saúde. E aqui temos água e luz, sem ficar com o medo de que a qualquer momento pode faltar ou, pior, pegar fogo em tudo. Esta é a nossa casa mesmo — contava, sem esconder a alegria no rosto, a mãe, Renata.

 

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Ela ainda trazia bem viva na memória a cheia de dois anos atrás na Casenco. Teve de sair de casa, com o marido e os meninos pequenos, quando a água bateu no peito e ela viu que não teria mais como salvar nada.

— Perdemos geladeira, televisão, camas, armário. Foi tudo, praticamente. Lá onde a gente morava era gato para a luz, sem esgoto e gato para a água. Não era a vida que eu queria dar para os meus filhos — desabafa.

 

 

Agora, a Renata já tem até o planejamento de como organizará a casa de dois dormitórios.

— Já pensei em tudo, até os enfeites para o banheiro eu costurei para enfeitar a nossa casa — orgulha-se.

A família da Renata foi uma das cinco primeiras que chegaram com as mudanças ao Breno Garcia na manhã desta terça. Nesta primeira etapa de ocupação das casas, 1.013 casas serão entregues. As outras 1.012 serão entregues nos próximos meses. Renata recebeu das mãos do prefeito Marco Alba (MDB) a chave da casa. E já entendeu como foi feito planejamento social desta nova cidade dentro de Gravataí.

Ao lado da casa dela, estará uma tia. Próximo, um irmão. Outra irmã também foi beneficiada com uma casa na mesma quadra.

— Este projeto é o resultado da evolução do Minha Casa, Minha Vida. Primeiro, do ponto de vista da engenharia, que se chegou à conclusão de que aquele modelo de prédios, sem a mínima infra-estrutura ao atrelada, muitas vezes agravava os problemas de famílias retiradas de áreas de risco. A construção de casas, com um pátio e a proximidade de pessoas do seu convívio, além, é claro, das estruturas de creche, CRAS, escola, unidade de saúde e áreas de lazer, sim, vão possibilitar a formação de laços saudáveis para cada uma dessas famílias — avalia o prefeito Marco Alba.

Entre as ruas asfaltadas e as casas pintadas, quem não escondia a empolgação era o seu Ronaldo Santos da Rosa, 45 anos, pai da Renata. Os quatro filhos dele terão casas no Breno Garcia, para alívio do pai e avô.

— Saber que os meus netos estarão sendo criados em casas decentes, com creche, sem esgoto na rua, mosquito e sempre o perigo de estar andando na rua e ter tiro e outras coisas ruins, é um alívio — diz.

A área da Casenco foi a primeira onde as equipes da prefeitura organizaram as mudanças de famílias moradoras de áreas de risco beneficiadas com casas no novo loteamento. Ao todo, 762 famílias terão suas mudanças feitas por caminhões contratados pelo município nesta primeira fase do Breno Garcia.

Gente como a Bruna Conceição Back, 23 anos. Com o celular na mão, ela fez questão de fazer uma chamada de vídeo para a filha, mostrando as casas e ruas do residencial:

— Olha, filha, é a nossa casa!

Dizia, orgulhosa. Há cerca de dois anos ela esperava a entrega da casa onde vai morar com o marido e os dois filhos.

 

: Renata, e o pequeno Wellyto, receberam as chaves e documentos da casa do prefeito Marco Alba

 

Cada casa do Breno Garcia tem 40,73m², com dois dormitórios, banheiro, cozinha, sala de estar e área de serviço externa. O empreendimento foi custeado com investimento federal. Um financiamento, pela Caixa, a ser dividido em parcelas que variam de R$ 80,0 a R$ 270,00, de acordo com a renda familiar dos contemplados, que não ultrapassou os R$ 1,8 mil. Sem este financiamento, as parcelas ficariam em torno de R$ 700.

 

Novo modelo

 

Mas e como garantir que este projeto do Minha Casa, Minha Vida não tenha o mesmo destino de outros loteamentos deteriorados e controlados pela criminalidade?

— Em que pese o tamanho da obra física de um projeto como este, o município tem fixa a ideia de que tem que dar certo. Estamos atuando com nossa equipe social já há um ano para que se crie aqui uma comunidade tranqüila, com tratamento de respeito com as pessoas. Quando o poder público oferece saneamento básico completo, asfaltamento, casas equipadas, escolas, saúde, transporte e segurança, inclusive com câmeras de monitoramento, estamos fazendo a nossa parte para que os erros de outros loteamentos não se repitam — diz o prefeito.

Os futuros moradores participaram, antes, de reuniões informativas com a equipe técnica e multidisciplinar do Senac. Os grupos são formados por assistentes sociais, biólogos e pedagogos. Um estudo in loco avaliou o perfil social de cada família.

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