O PDT acaba de aprovar a saída do governo Sartori, sob os aplausos de Daniel e Rosane Bordignon.
Era indecente a presença do partido de Brizola na Secretaria da Educação e na centena de cargos pampa afora, quando raros candidatos pedetistas defenderam o governador na campanha eleitoral nos municípios.
Em Gravataí, Sartori só não foi o vilão para Marco Alba, apesar de nos últimos meses só ter dado as caras no almoço em comemoração à posse do prefeito do seu partido.
Já os ‘Bordignons’ não escondiam o constrangimento nas duas eleições. Imagine o ‘Grande Eleitor’, a cada parte do mês em que recebia o soldo de professor, sendo assombrado no contracheque por ‘seu’ governador.
Inclusive, essa presença do PDT no governo foi o que fez com que, para sair do PT, o casal batesse o pênalti, com paradinha, aos 48 do segundo tempo da janela de troca de partido.
Agora, o adeus ao fisiologismo somado ao choque da saída de Lasier abre caminho para os trabalhistas se consolidarem como a principal força da esquerda – ou do populismo – no RS.
O PDT já herdou Bordignon e Jairo Jorge do espólio do PT, e não será surpresa se outros deputados petistas lembrarem os pais brizolistas ou getulistas na nova janela de outubro deste ano para candidatos à reeleição em 2018.
Com Ciro Gomes candidato à Presidência da República, ou parceiro de Lula em uma aliança, e Jairo Jorge candidato a governador, o PDT precisava se livrar das ligações com governos até agora, e possivelmente até a eleição, pra lá de impopulares.
Em Gravataí, o ‘tchau Sartori’ permite que o partido solidifique a relação com o funcionalismo e atraia outras lideranças do lado canhoto da força. Em outras palavras, dos grandes que saíram das urnas em outubro e março, o PDT representaria a partir de agora, no discurso e na prática, o oposto a Marco Alba, Sartori e Temer.
Se bom ou ruim, isso é com o eleitor.
Mas Bordignon e Rosane não paravam de sorrir ao sair do diretório estadual, onde sentaram junto de José Amaro Hilgert, histórico e fiel pedetista da aldeia – à esquerda, ao centro ou à direita.
Quem falou com o Seguinte: após a votação foi Rosane, vereadora e integrante da executiva nacional do partido:
– Estamos muito felizes. Desde que entramos no PDT éramos contra a participação nesse governo privatista e que não gosta dos professores e dos trabalhadores em geral.
Para os ‘Bordignons’, no tradicional Gre-Nal da política gaúcha e aldeana o ‘nós contra eles’ está dado.