Entrevista

EXCLUSIVO | Jairo: ’nossos hospitais precisam de políticas estruturantes’

: Prefeito eleito esteve no HU nesta terça-feira com equipe de transição. Foto: Alisson Moura

Prefeito eleito conversou com o Seguinte: ontem depois de fazer uma visita ao Hospital Universitário

 

Em um dos primeiros ofícios protocolados pela equipe de transição em 3 de dezembro, o prefeito eleito Jairo Jorge (PSD) pedia uma vistoria aos hospitais da cidade, tão logo fosse possível. A ideia era antecipar um diagnóstico da situação especialmente sobre o combate à pandemia. "Saúde será prioridade no nosso governo", repete Jairo.

 

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Nesta terça-feira, 8, pela manhã, ele e o vice Nedy de Vargas Marques, o coordenador da transição Felipe Martini foram recebidos no Hospital Universitário (HU) pelo o atual secretário de saúde Fernando Ritter, a secretária adjunta Fernanda Fernandes, o interventor judicial municipal Dr. Francisco de Paula Figueiredo, o diretor técnico Dr. Fernando Farias, a diretora de relações institucionais Dra. Eleonora Waucher, a diretora assistencial Enfª Gláucia Trevisan. Também acompanharam a visita a convite de Jairo o coordenador de medicina da ULBRA, Dr. Marcelo Guerra. Também participaram como técnicos convidados os médicos Dr. Luiz Carlos Brasiliano, o Laa), Dr. Renê Assunção e Dr. Vitor Alves.

À tarde, após novos compromissos com a transição, Jairo conversou com o Seguinte:

 

Como foi a visita?
Foi um primeiro contato, pedimos para visitar os três hospitais. Estamos fazendo um diagnóstico mais elaborado, fomos acompanhados por uma equipe técnica que ainda vai elaborar mais a respeito dessa situação. Preliminarmente, eu te diria que precisamos avançar. O HU é um hospital grande precisa de produção. E especialmente precisamos trabalhar em rede. Não pode haver sombreamentos. A ação de um hospital precisa ir além do outro para que a gente possa cobrir mais atendimentos, mais procedimentos, mais cirurgias e melhorar a Saúde para o nosso cidadão de forma efetiva. Acho que nossos hospitais precisam de uma política estruturante. E vamos trabalhar para isso.

Há um processo para concessão dos hospitais em andamento em Canoas. Concordas com isso?
Do jeito que está posto, não. O processo está parado, há questionamentos judiciais sobre ele. Disse inclusive para o secretário Ritter que esse modelo de concessão não é bom. O período de 28 anos estabelecido pelo atual governo é longo demais. Veja: o SUS tem pouco mais de 30 anos. Seria uma concessão pelo mesmo tempo em que existe o Sistema de Saúde brasileiro. Vamos rever isso.

Farias uma concessão?
A concessão é uma alternativa, sim. Mas não nesse modelo. Vamos estudar a melhor forma de atender a população, ampliar o número de procedimentos, de cirurgias. Os hospitais são fundamentais nesse período em que estamos vivendo. Embora já exista uma perspectiva sobre a vacina, ninguém garante que a pandemia dure mais seis meses ou mais um ano. 

 

: Reunião serviu para abrir um diagnóstico sobre a situação dos hospitais da cidade. Foto: Alisson Moura

 

Tens falado em testagem em massa. Diante da perspectiva de uma vacina próxima, não seria melhor investir já na vacina?
Nas duas coisas. Veja: se a vacina for rapidamente liberada, ainda levaremos um tempo até que a população recebe a sua dose. Primeiro serão vacinados os grupos de risco, há toda uma operação logística para isso, os mais expostos, e assim por diante. A população na faixa dos 20, 30, 40 anos provavelmente será a última a receber a imunização. A testagem pode ajudar e muito a controlar a pandemia nessa faixa que é economicamente ativa e precisa trabalhar. A Coréia fez isso muito bem e o resultado lá foi bom. Mas é importante que haja também o rastreamento de contatos.

Como seria isso?
Acho que erramos nisso aqui. Fizemos pouca testagem e muito pouco o rastreamento. Se um indivíduo faz o teste e dá positivo, precisamos saber com quem ele teve contato e informar sobre isso, marcar o teste para todos os contatos também. Se a pessoa é assintomática, por exemplo, sai por aí espalhando o vírus. Vira um propulsor da doença. Com a testagem e o rastreamento, se consegue isolar pelo período de segurança e evitar novas contaminações. 

E os profissionais de saúde?
Esses especialmente. Quem trabalha com isso deveria ter testes regulares. Agentes comunitários de Saúde, por exemplo, deveriam ser testados todas as segundas-feiras. Pegaríamos os assintomáticos. Quem tem sintomas, naturalmente, já seria afastado. Caso contrário, ele vai espalhar a doença. Faz uma visita a uma família, a um idoso, a alguém com diabete, hipertensão, e pode por a pessoa em risco sem saber. Testagem e rastreamento servem para isso.

Saúde sendo prioridade já deves ter um nome para a pasta ou pelo menos um perfil. O que podes adiantar?
Não, não tenho nomes. E ninguém será anunciado antes. Todos são importantes e começaremos juntos. Um técnico não anuncia o goleiro que vai jogar num dia e no outro o centro-avante. Devemos apresentar os nomes por volta do dia 20, 21. Posso dizer, por enquanto, que o perfil será técnico, mais técnico do que político.

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