A Julia Natalina, de Gravataí, é uma conhecida fotógrafa de grandes eventos, um dos setores que sofreu o maior ‘contágio’ econômico na crise do coronavírus. Com o cancelamento de contratos, pela necessidade do distanciamento social, a profissional deu um jeito se reinventar.
Além de fazer fotos à domicílio, higienizando o equipamento e usando máscara e luvas para proteção, ela começou a documentar ensaios não mais na Serra ou Litoral, mas em paisagens gravataienses próximas – apenas ela e cliente.
Julia admite o inevitável: a necessidade de se habituar a um ‘novo normal’, ao menos até produção de uma vacina, o que os mais otimistas dos especialistas projetam para não antes de dois anos.
– Está dando certo – conta.
Em Gravataí, por exemplo, nenhum evento ou aglomeração é permitida por pelo menos 60 dias, conforme decreto municipal 17896/2020, publicado nesta sexta no Diário Oficial.
Os cálculos são de que o impacto chegou a R$ 80 bilhões com o cancelamento de eventos entre fevereiro e maio, no Brasil.
– Literalmente fomos do tudo ao nada – resume a presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), Fátima Facuri, que lembra que o cenário é ainda mais devastador se consideradas as expectativas para o ano.
– 78% dos organizadores brasileiros pretendiam fazer mais eventos em 2020, incluindo um aumento de 66% em suas equipes para atender a demanda – informa, citando pesquisa feita com 6 mil produtores brasileiros pela plataforma global de venda de ingressos e tecnologia para eventos.
A Julia, que interessados em encomendar um ensaio pode contatar pelo 995545616, enviou para o Seguinte: compartilhar uma mensagem de incentivo aos colegas da fotografia.
Siga.
“(…)
Eu, fotógrafa profissional do ramo de eventos (grandes eventos), era acostumada a atender uma média de 500 pessoas por final de semana em eventos de grande porte como casamentos, formaturas e 15 anos, entre outros.
Com essa pandemia, em nosso setor, ficamos à beira da ladeira, em um mar de incertezas.
De um lado, a conscientização da gravidade do vírus para nossa nação e, em assustador, para minha família. Tenho dois filhos dentro do grupo de risco, a menina com doença renal crônica e o menino com doença respiratória crônica – sem comentar meus pais idosos.
Mas, por outro lado, sou micro empreendedora e chefe de família. É minha a maior renda familiar. Quando os contratos começaram a ser cancelados, mesmo com otimismo, característica do meu perfil profissional, senti o impacto.
Ocorre que, as orações diárias e uma vida de fé em Cristo, me fizeram enfrentar dia após dia, sem me inclinar à uma queda brusca. Pude então, imediatamente, contornar as situações e ainda dar ânimo e esperança aos nossos clientes do escritório.
Semana passada, como de costume em nossas metas mensais, resolver atrair um público para um novo projeto.
“Seus sonhos podem ser adiados, mas jamais cancelados”.
Montei alguns portfólios para apresentação de imagens de qualidade, que clientes estão acostumados a ver em fotografias nossas na serra gaúcha, com aqueles cenários maravilhosos, e, “sim conseguimos!”
Por meio dessas imagens, ganhei clientes que retratei mostrando também um pouco da nossa beleza gravataiense.
Num cenário nas proximidades do nosso escritório, conseguimos fotografar a queridíssima Giulia Ferreira, uma menina de 19 anos, meiga e muito linda, que logo no início do ensaio me colocou no compromisso:
– Me lembro até hoje como foi frustrante as fotos do meu book de 15 anos.
Feito o que chamamos de ‘Ensaio Green’, foi um arraso. Nas primeiras imagens recebidas via link ela disse ter amado a edição.
Então, a memsagem que deixo para os colegas da fotografia de eventos, é a seguinte: reinvente-se, não se deixe estagnar por algo que veio para derrubar a nossa classe, onde os eventos foram os primeiros a ser cancelados e serão os últimos a retornar.
Somos uma classe esquecida e ainda não temos o reconhecimento no âmbito profissional, mas com toda certeza, ressalto a mesma frase que digo aos meus alunos no final dos cursos de fotografia:
– A fotografia não é para quem precisa e sim para quem merece.
Assim, faça por merecer ser fotógrafo(a), não se deixe abalar por essa pandemia, seja prudente e consciente de que as redes sociais servem apenas para edificar e não para negativar ainda mais o convívio social.
Seja um visionário e plante algo hoje para colher amanhã.
Que Deus abençoe a toda nossa classe de profissionais da fotografia, assim como a todos os outros profissionais do ramo de eventos.
(…)"
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