O PSB de Gravataí vai julgar o vereador Wagner ‘Tô de Olho no Buraco’ Padilha por infidelidade partidária, em uma comissão de ética. O líder da bancada, Carlos Fonseca, anunciou há minutos, na sessão da Câmara desta quinta, a decisão “tomada por unanimidade” na noite de quarta.
Ouvia a sessão pela internet e enviei WhatsApp ao vereador e presidente do partido perguntando os motivos. Paulo Silveira não respondeu até a publicação deste artigo.
O que também não importa.
A leitura que faço é outra.
Que desastre é a gestão de Paulo na presidência dos socialistas!
Explico, sem torcida ou secação, até por se tratar de um amigo.
Bastaria lembrar que Paulo, após assumir o comando do PSB, perdeu Anabel Lorenzi, a principal liderança do partido na última década, vereadora e candidata a prefeita com 40 mil votos em 2012, 25 mil em 2016 e 23 mil em 2017.
Mas também lançou uma candidatura a prefeito que, nos bastidores, sem exceção políticos comentam ser fake, o que vai provocar crise com os candidatos a vereador quando anunciar que concorrerá à terceira reeleição.
Também perdeu o protagonismo para o colega de Câmara Carlos Fonseca na negociação com o Marco Alba (MDB) para participar do governo e da aliança com o candidato do prefeito em 2020.
Agora o partido processa um vereador às vésperas da janela de março que permite a troca de partido sem o risco de perder o mandato.
Só que não há prazo para tomar o mandato de Wagner Padilha, o que sabe o constrangido Carlos Fonseca, que leu a decisão do partido. Março chega antes de terminarem os julgamentos partidários. Depois, o vereador poderia recorrer à Justiça Eleitoral de Gravataí, ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, inclusive, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Processá-lo só serve para ilustra o clima no PSB hoje.
No artigo Uma saída honrosa para Paulo Silveira, Stasinski e Edir, que irritou o presidente e provocou a resposta Paulo Silveira confirma candidatura a Prefeitura de Gravataí, sugeri a renúncia e a sua liberação para estar com quem quiser em 2020, para não precisar se submeter a apoiar o candidato de Marco Alba e perder votos de professores que são eleitores seus.
Do jeito belicoso com que preside o PSB, a luz no fim do túnel para Paulo Silveira é bancar a candidatura.
Mesmo que o que surja da escuridão seja o farol de um trem.