Assim como em todo Brasil, ainda se testa muito pouco em Gravataí e Cachoeirinha. Se esse for o argumento da explosão de casos, que tratei em Em 10 dias, Gravataí e Cachoeirinha tem casos de 4 meses de pandemia, a testagem em massa mostraria estatísticas ainda mais assustadoras.
Vamos à ‘ideologia dos números’.
Gravataí, que tem 281 mil habitantes, realizou até a manhã desta sexta-feira 1.968 testes. Os 739 casos confirmados correspondem a 37,5% da testagem.
Cachoeirinha, que tem 130 mil habitantes, testou bem mais: 2.529 testes. Os 639 casos positivados correspondem a 25,2% da testagem.
O Rio Grande do Sul, com 215.917 testes e 36.434 casos confirmados, tem uma taxa de 16%.
No Brasil, com 210 milhões de habitantes, o Recruta Zero que comanda o Ministério da Saúde não divulga dados oficiais. A plataforma WordOmeter, que compila estatística do mundo em tempo real, calcula em não mais de 2 milhões testes. Como nesta sexta o país registra 1,7 milhões de casos, a relação entre infectados e a testagem seria de 85%.
Para efeitos de comparação, a China testou no epicentro Wuhan 10 milhões dos 11 milhões de habitantes – a mesma população do RS.
Michael Ryan, diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que, em países que aplicam testagem em massa, os números de testes positivos não passam de 5%. Bem menos do que o Brasil (85%), o RS (16%), Gravataí (37,5%) e Cachoeirinha (25,2%).
Os governos se escondem atrás dos protocolos do Ministério da Saúde para justificar aquela que reputo a principal falha. Fato é que a baixa testagem atrapalha o controle da pandemia, por, além de não tratar mais rápido pacientes com sintomas, atrasa a identificação e o isolamento de contatos infectados, e principalmente de assintomáticos, que conforme publicações científicas, correspondem a 41% dos casos.
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