Pode ser uma antecipação do futuro o gravataiense Thiago De Leon (PDT) ter assumido nesta quarta-feira (8) o comando interino da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Profissional do Rio Grande do Sul, durante o período de férias do titular, Gilmar Sossella.
Antes de exercer a futurologia –– e contar o que o ex-vereador revelou ao Seguinte: sobre seus planos para 2026 (além de analisar seu reposicionamento político) –– vamos às informações sobre a posse.
Secretário adjunto da pasta, De Leon permanece no cargo de secretário de Estado pelos próximos 15 dias, com a missão de coordenar as ações estratégicas e garantir a continuidade dos programas voltados à qualificação profissional, intermediação de mão de obra e fomento ao emprego formal em todas as regiões do Estado.
– Nosso compromisso é garantir a continuidade das políticas públicas e manter o foco no fortalecimento das oportunidades de trabalho e renda para os gaúchos. Vamos seguir trabalhando em parceria com os municípios e instituições para ampliar o acesso à qualificação profissional e ao emprego em todo o Estado, com especial atenção à juventude, que precisa ter mais oportunidades para construir seu futuro com dignidade e autonomia – disse o sociólogo, que tem histórico de ações que aproximam a juventude do mercado de trabalho.
O desde agosto professor de Marketing no curso de Administração da Faculdade CNEC Gravataí é, por exemplo, o idelizador de um cursinho gratuito para preparar jovens da região para o ENEM.
Sigamos na política pitonista.
Uma das projeções feitas pelo meio político é de que De Leon possa trocar uma candidatura a deputado estadual ou federal em 2026 pela ascensão ao cargo de secretário titular.
– Possível, sim. Provável? Não – disse ao Seguinte:.
Questionado sobre a preferência por concorrer à Assembleia Legislativa ou à Câmara dos Deputados, respondeu mantendo a característica de esfinge política: “Em aberto”.
Eleito vereador pela primeira vez em 2020, De Leon já concorreu à AL, em 2022. Recebeu 16.733 votos, 12.365 deles em Gravataí.
Fato é que passa o jovem adulto de 30 anos por um reposicionamento político –– um ‘Norte via Sul’, para lembrar histórica linha circular de ônibus gravataiense.
Da puberdade política no PSOL, foi eleito pelo PDT e sempre balançou mais para o lado esquerdo da ferradura ideológica.
Inegavelmente, era uma esperança de futuro para eleitores canhotos –– sim, existem na Gravataí que já deu 7 a cada 10 votos para Jair Bolsonaro.
Surpreendeu ao, em 2024, aceitar ser candidato a vice do centrista Marco Alba (MDB), ex-prefeito que pode enfrentar em 26 caso concorra a deputado estadual. Receberam 42.882 votos, restando em segundo lugar, atrás do reeleito Luiz Zaffalon.
Depois, em 25, assumiu a secretaria no governo Eduardo Leite (PSDB) –– governador que já foi alvo de suas críticas em tribuna e redes sociais, principalmente em reformas que atingiram o funcionalismo público.
Caso concorra em 26, experimentará um teste eleitoral que também alcança outro político que já foi a esperança da esquerda e hoje chamo ‘extremo-centrista’: o deputado estadual Dimas Costa, ‘embaixador’ de Leite em Gravataí.
Eleito vereador pela primeira vez pelo PT em 2012, desde 2016 Dimas comanda o PSD, partido que agora tem como estrela, além de Leite no RS, o prefeito Luiz Zaffalon no município, contra quem Dimas disputou a Prefeitura em 20, apoiou a reeleição em 24 e hoje apresenta como “o melhor prefeito da história de Gravataí”.
Ambos –– que chegaram a conversar sobre concorrer a prefeito em vice em 24 e, em seus deslocamentos na direção ao centro já foram submetidos pelas circunstâncias até mesmo a dividir palanque com Onyx Lorenzoni (PL) –– terão nas urnas, ao menos potencialmente, uma resposta a este reposicionamento político.
Caso De Leon concorra.
Da esquerda purista, a única candidatura local –– também a confirmar –– deve ser a da vereadora Vitalina Gonçalves (PT), a deputada estadual.
Concluo respondendo questionamento-provocação de alguns políticos: não, De Leon não está doando parte de seu salário de R$ 19.987,50 como secretário adjunto do RS. Durante o mandato de vereador, cumprindo promessa de campanha, fou celebrado até na mídia estadual por repassar metade do salário de R$ 10 mil para escolas públicas.
Acho bom. Sempre fui crítico a essa prática –– é só ler em artigos como Vereador de Gravataí doar salário é bom para escolas e ruim para política.
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