Ao menos até o momento, a maioria das principais candidaturas de Gravataí esconde apoios, entre as eleições para o Senado, Governo do Estado e Presidência da República. É a aposta no velho ‘voto camarão’ nas eleições de 2022.
Basta olhar os adesivos em carros e o material distribuído nas redes sociais Patrícia Alba (MDB), Marco Alba (MDB), Dimas Costa (PSD), Bombeiro Batista (PSD), Paulo Silveira (PSB), Thiago De Leon (PDT).
O ex-prefeito Marco Alba, candidato a federal, e Patrícia Alba, candidata à reeleição a estadual, escondem o candidato a governador Eduardo Leite (PSDB) e a candidata ao Senador Ana Amélia Lemos (PSD). Simone Tebet (MDB), da qual Patrícia foi a ‘madrinha’ gaúcha da candidatura a presidente, aparece em praticamente todas as propagandas e posts.
O ex-vereador e segundo colocado na eleição para a Prefeitura em 2020, Dimas Costa, que concorre a deputado estadual, pouco mostra os candidatos de sua coligação ao Senado, Ana Amélia (PSD); ao Palácio Piratini, Eduardo Leite (PSDB); e à Presidência, Simone Tebet (MDB) – apesar de já ter patrocinado postagem elogiosa ao programa de inclusão da candidata à presidente.
O vereador mais votado Bombeiro Batista (PSD), que concorre a deputado federal, também não incluí as candidaturas de sua coligação em materiais de campanha que vi divulgados até hoje. Nas propagandas de suas redes sociais só aparecem os partidos da coligação, mas não Ana Amélia (PSD) a senadora; Eduardo Leite (PSDB) a governador e Simone Tebet (MDB) à presidência.
Apesar de Bombeiro já ter postado que apoia Bolsonaro para presidente, o apoio só aparece no carro de seu assessor, todo adesivado.
O vereador Thiago De Leon (PDT), candidato a estadual, tem poucos materiais apresentando os candidatos de sua coligação, Professor Nado (PDT) ao Senado; Vieira da Cunha (PDT) a governador e Ciro Gomes (PDT) à presidente.
Na capa de seu Facebook político os apoios aparecem, mas seus materiais de campanha postados nas redes sociais pouco citam os candidatos da coligação ou remetem às cores vermelho e branco do partido.
O vereador Paulo Silveira (PSB), candidato a deputado estadual, é o único que apresenta os candidatos de sua coligação em todos materiais que localizei: Airton Ferronato (PSB) ao Senado; Vicente Bogo (PSB) a governador e Lula (PT) para presidente.
O chamado ‘voto camarão’ não é inédito; reputo, hoje, com a falência dos partidos, é quase uma regra.
Pelo que pesquisei a expressão surgiu em 1982, quando o ditador João Batista de Figueredo disse que estava em Mossoró, no Rio Grande do Norte, para comer camarão “com cabeça e tudo”, após o deputado federal Vingt Rosado, por não concordar com a imposição da ditadura, pediu ao eleitor que não votasse no candidato a governador Aluizio Alves. Deu certo: José Agripino foi o eleito.
Ao fim, pelo menos na largada da campanha, as principais candidaturas não estão em cima, mas atrás do muro; e se escondendo atrás do ‘voto camarão’.
Aposto que muitos torcem que a eleição presidencial se resolva no primeiro turno, para não ter que se expor escolhendo entre Lula e Bolsonaro – principalmente Patrícia, Marco e Dimas.
Mas, como não tem nem cafezinho de graça na política, o compromisso não assumido hoje pode atrapalhar quando a ajuda dos eleitos para Gravataí for necessária depois.