SAUL TEIXEIRA

Grêmio de Renato e os dois lados da moeda

Foto: Lucas Uebel

É público e notório que o time de Renato carece de reforços em todos os setores. Isso se quiser sonhar alto na temporada, é claro. Também é unânime que a demora da direção é injustificável e, até certo ponto, irritante. Mas, respire fundo. Conte até dez. Repita a dinâmica. Quantas vezes forem necessárias. Paciência! A moeda sempre tem dois lados…

Não existe argumento maior que o campo. E até agora, os resultados são formidáveis. Com a vitória sobre o Novo Hamburgo, na Arena, o tricolor chegou ao 5º triunfo seguido, ostenta o melhor ataque da competição até o momento e segue na liderança do Gauchão. Entretanto, muita calma nessa hora. Nem inferno, tampouco, céu. Prudência. Sabemos que o Gauchão esgota nele mesmo. Futebol Além do Resultado na essência.

Analisemos o time. A maior lacuna, naturalmente, é o jogador terminal. Novamente lamentamos a demora do corpo diretivo. Afinal, o clube sabia desde a metade de 2023 que Suárez trocaria a capital dos gaúchos pelos EUA. André Henrique, porém, pode atenuar o problema. Mas não depende apenas dele. Merece o teste entre os 11. O treinador cumpriu o protocolo com João Pedro Galvão, deu-lhe sequência. Entretanto, fim da linha. Chegou a hora da “operação”. É preciso mudar-mudando, né?

Villasanti e Pepê formam a melhor dupla possível na cabeça de área. Marcam e jogam. Para o restante da temporada, entretanto, segue em aberto uma necessidade que gritou ao longo de todo 2023: um primeiro volante com maior capacidade de marcação.

Garantiria repertório a Renato, que poderia escalar um meio-campo mais cauteloso em 4-1-4-1 e poderia colocar em xeque a “cadeira cativa” de Franco Cristaldo. Mesmo envergando a camisa 10, ainda segue abaixo das expectativas, ao menos na nossa singela ótica. Everton Galdino, aberto à direita, é outro que está devendo. Nathan Fernandes atuando na camisa 7 surge como alterativa futura quando Soteldo estiver de volta. Até lá, existe terreno para Lucas Besozzi “cavar” uma oportunidade.

Na linha defensiva, é necessário, no mínimo, um zagueiro e um lateral-esquerdo para fazer sombra a Reinaldo. Aliás, só eu acho que Bruno Alves seria útil se tivesse permanecido? E vamos além: ele não era superior a Rodrigo Ely e Bruno Uvini?

Planejamento. Ao contrário do que vem ocorrendo com outros grandes da Série A, a comissão técnica não tem poupado muito os titulares. Acho uma temeridade pelos óbvios motivos físicos em início de temporada. Será que a lesão de Soteldo poderia ter sido evitada? Mas também entendo o comandante.

A moeda sempre tem dois lados, repetimos. Com um grupo curto em quantidade e qualidade, o nível de atuação da equipe – que atualmente já não é de encher os olhos – poderia despencar. Aliás, uma das razões para a liderança atual parece ser justamente a utilização dos “melhores quase sempre”.

Que venham os próximos desafios e, sobretudo, o “prometido” pacotão de reforços. Até lá, cabe ao torcedor respirar fundo, contar até dez e tentar enxergar os dois lados da moeda. Apesar dos pesares, da angústia, das necessidades e da ansiedade por reforços, ninguém é líder por acaso.

Feliz 2024 à Nação de Três Cores!!!

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