A melhora do nível do rio Gravataí, a partir das medidas articuladas pela Prefeitura de Gravataí junto à Corsan, dá fôlego, ainda que provisoriamente, ao abastecimento da população e devolve ao manancial a capacidade de sustentar o delicado ecossistema da região, castigado por mais uma estiagem.
O volume de água disponível nos pontos de captação da companhia em Gravataí tem aumentado de forma constante nas últimas semanas, e as medições – que chegaram a estar zeradas no início de janeiro – ultrapassaram um metro nesta semana.
De acordo com as regras definidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), quando a medição fica abaixo de 0,50 metros é determinado “estado crítico” e a retirada de água fica suspensa para todas as finalidades, exceto para a distribuição ao consumidor.
Quando o nível está acima de 0,80 metro, é definido estado de atenção e a captação de água acontece normalmente, mediante monitoramento permanente. Abaixo dessa marca, começa o estado de alerta, tornando intermitente a possibilidade de captação para irrigação e outras finalidades que não sejam o abastecimento para o consumo humano.
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À medida em que a dragagem nos seis quilômetros de extensão do Canal do DNOS avança, a água da Barragem do Incra, em Viamão, atravessa o Banhado dos Pachecos e alimenta o chamado pulmão do Gravataí e, mais à frente, encontra a contenção de um metro de altura construída no Bairro Mato Alto, em Gravataí.
Essas duas ações combinadas garantem, de forma emergencial, que o rio atenda à demanda da cidade pelo recurso hídrico.
– As medidas implementadas até o momento evitam a falta de água neste verão, mas estamos cobrando o governo do Estado e a Corsan para que a questão do abastecimento seja resolvida definitivamente. Vamos continuar auxiliando, com a Guarda Municipal, com a Defesa Civil, vamos envolver a Granpal e os deputados da região para mudarmos o jeito de olhar para o Gravataí, não se pode esquecer do rio no inverno – destacou o prefeito Luiz Zaffalon, antes de sair em férias.
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Além do alívio de ver água fluindo em seu leito, uma cena domina a paisagem à beira do Gravataí. Milhares de macrófitas (plantas aquáticas) cobriam a superfície do manancial, formando uma espécie de tapete natural que ia de uma margem a outra na região do Mato Alto.
Conforme o geólogo e coordenador técnico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem Estar Animal (Sema), José Alberto Cariolatto, trata-se de um evento sazonal e de duração rápida.
– As macrófitas têm um curto ciclo de vida e contribuem para a purificação da água – explica.
De acordo com o especialista, a concentração verificada naquele trecho do rio tende a diminuir nos próximos dias. A aposta está nas previsões meteorológicas.
– O vento soprou na direção sul, retardando o deságue do Guaíba na Lagoa dos Patos, fenômeno que ajudou no represamento das macrófitas – resume.
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