RAFAEL MARTINELLI

Guerra pela água: solução de Gravataí para falta de água tem apoio de entidade que representa mais da metade do PIB gaúcho; Dê-nos água, Leite!

Barragem emergencial feita pela Corsan no Mato Alto, em Gravataí, comprova que represamento da água é solução para falta de água

A Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) reforça a pressão regional sobre o governador Eduardo Leite (PSDB) para que viabilize a construção das 13 microbarragens no rio Gravataí, solução para a falta de água e a salvação do manancial que serve mais de um milhão de pessoas.

A entidade representa empresas que, em diferentes cadeias produtivas, compõem 53% do PIB estadual.

Siga a íntegra da nota enviada pelo presidente Luiz Carlos Bohn para a secretária de Obras Públicas do Rio Grande do Sul, Izabel Matte.

Abaixo, sigo.

Começo pelo fim.

A nota mostra que a Fecomércio sabe do que está falando. A argumentação técnica está correta. Tanto ao apontar as causas da falta de água, que é a redução dos banhados, o ‘pulmão do rio’, desde a abertura do ‘canal do DNOS’, nos anos 60, para ampliar áreas para plantio do arroz; quanto ao indicar a solução, que é o represamento da água.

– O problema não é a falta de chuva e sim de contenção da água – costuma dizer o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, Sérgio Cardoso.

Mas, o que reputo o principal na nota da Fecomércio, é que o CEP da cobrança está corretíssimo. Não se trata de uma obra da Corsan, e sim da Metroplan.

A entidade se soma às reivindicações feitas pelo prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon (MDB); pelo Comitê da Bacia; pela Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí (APN-VG) e pelas câmaras de vereadores de Gravataí e Cachoeirinha, que aprovaram a criação de frentes parlamentares pelas microbarragens, em projetos de autoria de Dilamar Soares (PDT) e Fernando Medeiros (PDT), respectivamente, como reportei em Vereador mais próximo ao prefeito propõe Frente Parlamentar por microbarragens no rio, a solução para falta de água em Gravataí; Câmara, Prefeitura e ambientalistas, uni-vos! e ‘Guerra pela água’: vereador propõe Frente Parlamentar em Cachoeirinha por microbarragens no rio Gravataí; É a solução para falta de água. Custa troco, governador Leite!.

Mas, vamos lá, para não esquecer, como tratei mais recentemente em Guerra pela água: Zaffa oferece bancar 13 microbarragens no rio Gravataí, obra parada do Governo do Estado; Dê-nos água, Leite!.

Chato, sei, mas necessário, tenho insistido na série de artigos sobre a ‘guerra da água’ que a solução para a falta de água e a salvação do rio Gravataí tem nome: Eduardo Leite.

O governador chega ao segundo mandato tendo nas mãos, pronta de outros governos que também não a executaram, uma solução barata para devolver água ao rio Gravataí.

Dinheiro não vai faltar. Vendeu a Corsan por R$ 4,1 bilhões; R$ 2 bi a menos do que precificava consultoria contratada pelo Senge-RS (Sindicato dos Engenheiros do Estado). Em proposta única, a Aegea foi a vencedora com ágio simbólico de apenas 1,15%.

É por isso que repito repito e repito a cobrança: a (nem tão grande assim) grande obra para enfrentar a falta de água é das 13 microbarragens no rio Gravataí.

A Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional) tem recursos destinados, mas desde 2018 não conclui o estudo de impacto ambiental (EIA/Rima), para o qual a empresa Ecossis Soluções Ambientais venceu o processo licitatório por R$ 400 mil. Os R$ 5 milhões para a obra já eram previstos em 2012, no PAC da Prevenção.

É consenso entre quem conhece o rio que o problema do Gravataí não é de falta de chuva e sim de represamento da água.

A prova de que as barragens são a solução é que a construção de uma contenção, uma espécie de barragem, feita emergencialmente pela Corsan no Mato Alto, em Gravataí, e a limpeza do canal do DNOS, fizeram em 15 dias o rio subir do ‘nível zero’ para 1 metro, saindo do “estado crítico”; o que permite captação inclusive para agricultura e indústria.

Ao fim, concluo pela enésima vez como em A ‘guerra pela água’ no rio Gravataí: lacrada arrozeira que capta 5 vezes mais que a Corsan; Saídas há, para além da tentação de proibir. Dê-nos água, governador Leite!: “se Leite quiser, água não vai faltar, caso as microbarragens sejam feitas. Os R$ 5 milhões são troco na relação com os impactos econômicos e sociais da falta de água anual”.

#Microbarragensjá!


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