Jairo Carneiro e Patricia Patisbel formam a chapa do PT para disputar a Prefeitura de Gravataí em 2020. Sem torcida ou secação, mas, eleitoralmente, é zero após a vírgula. Já atrapalhar, atrapalha a ‘esquerda’ – e explico.
Antes, associo-me ao jornalista Luis Felipe Teixeira que descreve o metalúrgico morador do Itacolomi como um dos principais quadros do partido. Ex-presidente da CUT no Rio Grande do Sul, é um construtor do movimento sindical há quatro décadas.
Inegável é que não empolga. É mais do mesmo.
Ou menos do mesmo, num comparativo com o candidato de 2016, o professor Valter Amaral, já que o sindicalismo atravessa maus bocados – pelo menos até o pré-pandemia, como vítima de um ultraliberalismo que apostou bem na inesquecível falta de memória dos trabalhadores para valorizar conquistas como 13º, férias, jornada de 8h e eteceteras.
É notório que o objetivo do PT em Gravataí é voltar a ter bancada na Câmara, o que não conseguiu nas últimas eleições e já não tinha desde o último ano da legislatura anterior, com a saída de Alex Peixe, Alemão da Kipão, Carlito Nicolait e Dimas Costa. A aposta é nas professoras Vitalina Gonçalves e Rose Freitas, uma presidente licenciada do sindicato dos professores, a outra ex-coordenadora da 28ª Coordenadoria Regional de Educação.
Mas, sem chances eleitorais, e como Gravataí não tem segundo turno, ao lançar candidatura o PT atrapalha a chapa identificada com a esquerda que tem mais chances na eleição: Anabel Lorenzi e Rosane Bordignon, a prefeita e vice pelo PDT. Se 2020 repetir a eleição parelha de 2016, o zero após a vírgula pode decidir. Rosane perdeu a eleição para Marco Alba por apenas 4 mil votos.
Ao fim, é mais um episódio de “a esquerda só se une na cadeia”, máxima cometida por Frei Betto à época da ditadura.
Se neste mês alguém acreditou em uma aproximação com a assinatura da ex-prefeita Rita Sanco, do presidente municipal Alex Borba e de outros petistas ao movimento Estamos Juntos – Somos 70%, organizado em Gravataí pelo ex-prefeito Daniel Bordignon (PDT), há um ‘golpeachment’ no meio do caminho.
Anabel votou a favor do impeachment de Rita e Cristiano Kingeski, em 2011. A primeira mulher a governar Gravataí não esquece. É aquela história: dormir até pode, babar não.
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