crise do coronavírus

Metade de Gravataí é ’grupo de risco’ para COVID 19; alerta aos ’covidiotas’

Os ’coletes verdes’ da Prefeitura orientam população desde a retomada das atividades econômicas

Levantamento feito pelo Seguinte: em 14 abril em Gravataí é confirmado por estudo feito na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): mais de 50% da população adulta brasileira apresenta ao menos um dos fatores que aumentam o risco de manifestações graves da COVID-19.

Se considerados apenas os adultos com menos de 65 anos, a proporção dos suscetíveis a complicações caso venham a se infectar pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) ainda é alta: 47%.

No levantamento, ainda sem dados da Secretaria da Saúde, fiz uma projeção do ‘grupo de risco’, aplicando estatísticas do Ministério da Saúde de 2019 sobre a população de Gravataí.

Siga os dados.

Os idosos são 30 mil em Gravataí, 10,6% dos 281.519 habitantes projetados pelo IBGE para o ano passado.

Os hipertensos, ou com complicações cardiovasculares são 69.535, ou 24,7% da população.

Os diabéticos, 7,6% das pessoas, perfazem 21.395.

Asmáticos são 8,6 mil, ou 3%.

Pessoas com HIV são 1.016, ou 0,3%.

Portadores de doenças renais 160, ou 0,05%.

Acima do peso correspondem a mais da metade da população: 156.806 (55,7%).

20% da população de Gravataí é considerada obesa: 56.303.

Detalhando mais a pesquisa feita pelo Seguinte:, entre os hipertensos/cardíacos/obesos, um dado que assusta quando o vírus começa a baixar para as periferias, é que os mais afetados são aqueles com menor escolaridade. Com até oito anos de estudo são 42,5%; entre 9 e 11 anos de estudo são 19,4% e com 12 ou mais anos de estudo são 14,2%.

Asmáticos são mais asmáticas. E desde bebês. Dos 6,4 milhões no Brasil, são 3,9 mi mulheres e 2,4 mi homens.

Na Aids, são 756.586, com 29,4% de subnotificação.

Conforme reportagem do Grupo Abril, estudo do British Medical Journal (BMJ) traz novos dados sobre a letalidade nos grupos de risco do novo coronavírus.

Os pesquisadores avaliaram 113 pessoas que morreram e outras 161 que se recuperaram da infecção em Wuhan, na China, onde a epidemia foi deflagrada. A idade média dos que vieram a óbito era de 68 anos, contra 51 nos curados.

A hipertensão arterial é uma das comorbidades mais associadas às complicações fatais: 48% dos falecidos tinha pressão alta, ante 24% dos que se recuperaram — o dobro!

Entre os que morreram, 21% possuíam diabetes — esse número caiu para 14% entre os que ficaram bem. E 14% dos falecidos sofriam com outras doenças cardiovasculares.

Provavelmente, os idosos estão mais suscetíveis às complicações do SARS-CoV-2 por causa de alterações no sistema imunológico naturais da idade. No caso dos males cardíacos, a circulação prejudicada e a debilidade dos pulmões parecem favorecer a agressividade da infecção.

Já o diabetes, principalmente o tipo 2, é um fator de risco para o agravamento de diversas infecções. Isso porque prejudica as defesas do organismo contra vírus, bactérias e afins.

Outros problemas são relacionados a complicações em decorrência do SARS-CoV-2: asma, enfermidades hematológicas, doença renal crônica, imunodepressão (provocada pelo tratamento de condições autoimunes, como lúpus ou câncer) e obesidade também estão ligadas às mortes.

Para as doenças que atacam os pulmões, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a relação é clara. São transtornos que já atrapalham a respiração. Nesse cenário, há acúmulo de secreção pulmonar e aumento da sensação de falta de ar.

Portadores da doença renal crônica também são incluídos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como membros do grupo de risco da COVID-19. Isso porque os rins são responsáveis pela filtragem do sangue e participam da resposta imunológica frente à uma ameaça viral. Fora que a lesão desses órgãos geralmente vem de outras doenças crônicas associadas a sintomas graves da infecção, como hipertensão e diabetes.

Não é possível somar todas as incidências, porque chegaríamos a 287.512 pessoas, número maior que a população. Obviamente, há muitas ‘comorbidades’ nas mesmas pessoas.

Aplicando os 50% nos 281 mil habitantes de Gravataí, são mais de 140 mil pessoas no ‘grupo de risco’.

Ao fim, quem não leva a sério a 'ideologia dos números', covidiota é.

 

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