Com 11 votos a Câmara de Cachoeirinha aprovou o arquivamento do golpeachment que ameaçava cassar o prefeito Miki Breier (PSB) e o vice Maurício Medeiros (MDB), como antecipei uma semana antes em Miki (quase) livre do golpeachment; Deixa o homem trabalhar!.
O prefeito atendeu ao Seguinte: na manhã desta quarta com notícia boa: enviou ao vereadores projeto para aprovar financiamento de R$ 80 milhões para obras.
Siga a entrevista e, abaixo, os votos.
Seguinte: – O golpeachment resta arquivado.
Miki – Estava agora atendendo as pessoas no Gabinete da Gente e quase ninguém sabe, assim como não sabiam da abertura. É uma questão restrita à bolha política. As pessoas vem trazer demandas, suas reivindicações e sugestões para cidade. Não podemos parar a cidade a cada aventura política.
Seguinte: – Qual foi o convencimento do governo para acalmar a base e aprovar o arquivamento?
Miki – Nunca paramos de dialogar. Alguns se iludiram com a possibilidade de assumir a Prefeitura, de antecipar em 3 anos a eleição, mas as razões apresentadas para o impeachment se mostraram ridículas. Como incluir o vice-prefeito nas denúncias se ele nem tinha assumido o cargo neste mandato? Usaram questões da gestão anterior, o que é outro erro processual grave. Não se pode confundir investigação com condenação. Os órgãos de controle fiscalizam, é norma. Não se achou nada de irregularidade, de corrupção. Falhas existem e são normais em qualquer gestão, mas cassação é um absurdo. Seguimos preocupados em cuidar das pessoas na pandemia, em aplicar vacinas, e chegamos a 80 mil doses, em atender quem passa fome e frio, em buscar investimentos privados para gerar empregos. Cachoeirinha não merece viver sempre ambientes de golpeachment, como bem chamas. É justo vereadores fiscalizarem, mas injustificável uma ação desesperada e desmedida como essa, de quem não assimilou o resultado da eleição.
Seguinte: – A recomposição da base governista leva à uma reforma no secretariado?
Miki – Sim. Algumas coisas vão mudar. Faremos uma recomposição política.
Seguinte: – Os pedidos feitos pelos vereadores são justos?
Miki – As pessoas precisam ter maturidade as assumir um mandato, precisam agir conforme o interesse coletivo e não pessoal. É claro que precisamos melhorar, eu faço autocrítica, mas é uma inverdade dizer que o prefeito não dialoga. Falo com todos os setores da sociedade, não há vereador que eu não esteja disposto a receber, a ouvir. Só não se pode confundir falta de diálogo com a não contemplação de algum pedido, por mais justo que seja. Digo a verdade. Sim quando é sim, não quando é não. O poder público tem limites e governo pensando nos 130 mil moradores de Cachoeirinha. Mas essa tensão faz parte do jogo político. Bola para a frente.
Seguinte: – A recomposição da base vai permitir a aprovação de ‘pautas-bomba’ como a Reforma da Previdência?
Miki – A reforma aprovamos em primeiro turno antes da tentativa de impeachment. A justiça pediu esclarecimentos e a Câmara precisa responder. Espero a aprovação em segundo turno. A questão previdenciária pode inviabilizar futuros governos. Não é uma pauta só de nosso governo. Contamos também com a aprovação da Câmara para financiamento de R$ 80 milhões com a Caixa Federal para obras viárias, o que conseguimos com o equilíbrio das contas e a redução da folha de pagamento.
Seguinte: – Que obras são previstas?
Miki – Projetamos 6 obras de arte na Flores da Cunha, como um viaduto na Fernando Ferrari que permita acesso sem interromper o trânsito na avenida, ZN e DI sem interromper Flores da Cunha; um rebaixamento para acessar o Parque da Matriz e a construção da perimetral, ligando o bairro com a Papa João XXIII, paralela à Freeway. Também queremos estender a Fernando Ferrari até a ERS-118. A perimetral depende da aprovação do novo zoneamento do Mato do Julio e a extensão da Fernando da negociação com proprietários de áreas.
Seguinte: – Em algum momento pensaste em renunciar?
Miki – Fui eleito pela primeira vez em 92, vou fazer 30 anos de vida pública, o Maurício tem até mais, e a gente fica chateado. Somos eleitos para trabalhar, cheios de planos e projetos, e acabamos perdendo tempo com questões que não são as mais nobres. Mas não sou de desistir. Deus não dá cruz maior do que possa carregar. Sou homem de muita fé. E sempre tive o apoio da família, da minha esposa Vanessa, de minha irmã Magui, de parceiros políticos e religiosos. Temos uma missão a cumprir. Peço que respeitem.
Seguinte: – Temes novas CPIs ou processos de impeachment?
Miki – Não duvido. Enfrentemos um dia de cada vez, torcendo para que todos pensem mais na cidade e não em destruir o governo. Há coisas que podemos esclarecer de forma republicana, sem CPIs. Infelizmente alguns preferem o barulho, a desconstituição de um governo legitimamente eleito.
Seguinte: – A Operação Proximidade te preocupa?
Miki – Toda investigação preocupa o gestor. Já prestamos esclarecimentos e estamos à disposição para qualquer informação necessária. Espero que até o fim do ano tenhamos um encerramento favorável.
Seguinte: – Quando enfrentavas o impeachment, o que pensava para o futuro em caso de vitória, que marcas quer deixar, já que tens ainda um governo inteiro pela frente?
Miki – Nenhuma cidade Brasil discutia impeachment. O segundo mandato recém começou. Gostaria que as pessoas entendessem que estamos aqui para cuidar das pessoas e dar retorno à confiança depositada. Seguimos trabalhando, como não deixamos de fazer nenhum dia.
OS VOTOS
: A favor do arquivamento – Brinaldo Mesquita (MDB), Cristian Wasem (MDB), Deoclécio Mello (Solidariedade), Fernando Medeiros (PDT), Juca Soares (PSD), Vereador Major (MDB), Gilson Stuart (PSB), Jordan Protetor (PDT), Paulinho da Farmácia (PDT), Gelson Braga (PSB) e Xavier (PSD).
: Contra o arquivamento – David Almansa (PT), Edison Cordeiro (Republicanos), Mano do Parque (PSL) e Nelson Martini (PTB).
: Não votaram – Marco Barbosa (PP) estava impedido de votar por ser cunhado do prefeito e Jussara Caçapava (PSB) como presidente da Câmara só precisaria votar em caso de empate.
LEIA TAMBÉM
A cassação de Miki e a ’maldição do golpeachment’ de Gravataí