ANDREA CANTELLI

Não é preciso ver o vento para sentir seus efeitos

Sabe aquele vento gostoso que chega na tarde de verão e bagunça o cabelo? Ou a brisa que faz as folhas das árvores se mexerem como se estivessem bailando? Pois é, o vento tem essa magia de estar ali, mexendo tudo ao seu redor, e a gente nem precisa ver onde ele está para saber que ele existe. Parece até que ele adora fazer esse mistério: “Ei, eu estou aqui, mas vou deixar você adivinhar de onde estou vindo.”
E isso, meus amigos, me faz pensar: quantas coisas na vida são assim? A gente não vê, mas sente os efeitos. Como os sentimentos, por exemplo. Não é porque não conseguimos ver a tristeza, a alegria ou o nervosismo, que eles não estão lá, nos mexendo, nos bagunçando, às vezes até derrapando pela nossa vida como se fossem uma tempestade inesperada. E, ao mesmo tempo, como o vento, eles também podem ser leves, sutis, sem causar grandes estragos. Como aquela sensação boa quando a gente ri sem motivo, só porque a vida resolveu dar uma pausa e jogar um pouco de alegria no nosso caminho.
E o vento, então? Ele é tão imprevisível! Às vezes ele chega como uma carícia, outra hora como um furacão. Quando ele é só uma brisa, é aquele frescor na pele, o cabelo voando e a sensação de que o mundo está no modo “slow motion”. Já quando o vento resolve ser mais ousado, lá está ele, derrubando folhas, balançando as árvores e até fazendo aquela bagunça no guarda-chuva da gente. O vento não está nem aí para o que a gente acha: ele vem e faz o que quer. E quem somos nós, senão uns pequenos ventos bagunceiros também?

Eu não sei se vocês já pararam para pensar nisso, mas, por mais que o vento seja invisível, ele sempre deixa um rastro, uma marca. E não estou falando só da folha no chão ou do cabelo amassado (que são, sim, sinais bem evidentes), mas dessa sensação gostosa ou desconcertante de que ele está ali, dando o ar da graça. E isso me lembra de outra coisa que não vemos, mas que também deixa seu impacto: a fé.
E calma lá, não estou falando de religião, nem de nada que envolva igrejas e templos. Falo daquela fé interna, aquela sensação de que, por mais bagunçada que a vida esteja, tem algo lá dentro da gente dizendo: “Vai dar tudo certo!” Tipo quando você não sabe de onde vem aquele ânimo extra, mas ele aparece na hora exata, como se fosse um sopro do vento, empurrando você para frente. Pode ser que você não saiba como, mas acredita que vai dar certo. Não vê a fé, mas sente os efeitos dela, como se ela fosse um ventinho suave dizendo: “Calma, vai passar.”

Fé, assim como o vento, é uma daquelas coisas que não tem explicação lógica, mas a gente sabe que está lá, sempre fazendo a sua magia nos bastidores. Ela aparece nos momentos mais improváveis, tipo aquele dia em que tudo parece perdido e, de repente, você dá de cara com um sorriso amigo, uma palavra reconfortante ou, quem sabe, uma folha caindo do nada, só para te lembrar que o ciclo continua. A fé é quase como o vento, né? Ninguém precisa te mostrar onde ela está, mas ela está sempre por perto, empurrando você de um jeito que só ela sabe.

E é engraçado, porque a vida é um pouco assim: cheia de ventos invisíveis que nos movem, nos empurram, nos fazem rir, chorar e, às vezes, até dançar como folhas no ar. Não precisamos entender tudo, nem ver tudo, basta sentir. O vento já mostrou como é, e a gente só precisa se deixar levar um pouco mais, perceber esses pequenos sinais e se divertir com as bagunças que ele faz. Afinal, como a gente sempre diz: “É preciso saber dançar na tempestade.”

E eu te pergunto: você já sentiu o vento hoje?

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