crise do coronavírus

Não vai ter helicóptero distribuindo Cloroquina pelos céus de Gravataí

Foto AGÊNCIA BRASIL

Não passou um helicóptero do Exército espalhando comprimidos de Cloroquina pelos céus de Gravataí, na manhã desta segunda. Mas, como era esperado, já que Gravataí deu 7 a cada 10 votos para o ‘mito’, em 2018, pessoas procuraram a Farmácia Municipal perguntando na fila se estavam distribuindo o (não comprovado) medicamento para a COVID-19.

Tratei da ‘liberação’, e anúncio de compra pela Prefeitura, na noite desta terça, em Gravataí vai fornecer Cloroquina pelo SUS; a responsabilidade está com os médicos. Horas antes, tinha criticado a irresponsável propaganda feita pelo Presidente da República, ao tomar um comprimido ao vivo, em  Nem com COVID 19 Bolsonaro ajuda; fãs já morreram em Gravataí e Cachoeirinha.

O prefeito explicou na live, que você assiste clicando aqui, que apresentou o decreto apenas como uma formalidade, já que o controverso medicamento é há meses receitado por alguns médicos da rede municipal. Por óbvio, o anúncio caiu como uma bomba na aldeia, já que aconteceu após a força da palavra de um Presidente da República dizer que, em menos de 24 horas, e 2 comprimidos, estava melhor – diferente do que aconteceu com 66.741 vidas perdidas no Brasil, em dados de hoje, 18 delas em Gravataí.

Mal tinha sido publicado o decreto 18027, no Diário Oficial, e nem tinha acabado a live em que o prefeito Marco Alba anunciou que a Farmácia Municipal forneceria o medicamento sob apresentação de receita do SUS, e políticos e cloroquiners já anunciavam que Gravataí teria o remédio “para prevenir” o novo coronavírus.

Vereador do MDB do prefeito, Clebes Mendes, que apelidei de ‘Bolsonaro da Aldeia’, postou, na noite de terça, que “amanhã”, ou seja, nesta quarta, o medicamento estaria disponível na Farmácia Municipal. Uma fake news, já que o próprio decreto, publicado pelo governo o qual o parlamentar apoia, condiciona o fornecimento ao envio do remédio pelo Ministério da Saúde.

Marco Alba anunciou em live a abertura de licitação, o que demora ao menos 30 dias, para uma eventual compra caso a Cloroquina demore tanto quando os respiradores prometidos em abril pelo governo federal.

Eu – crítico a um medicamento que a Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou os testes por falta de comprovação de eficácia em humanos, e o Food and Drugs Administration (FDA), principal autoridade de vigilância sanitária norte-americana, baniu dos Estados Unidos – recebi tantas mensagens quanto o número diário de infectados na região.

Ouvi, e li, desde ‘flautas’ de defensores da Cloroquina, tipo “bate lá no teu prefeito”, como desabafo de médicos: “quase apanho de pacientes no plantão por não concordar em receitar”.

Usando a justificativa de Marco Alba na live, de que médicos já receitam a Cloroquina, entendo obrigatório, já que são médicos dos SUS, que essas sumidades da medicina venham a público apresentar aos gravataienses os argumentos que os levam a discordar dos maiores órgãos sanitários internacionais ao receitar o medicamento.

Não médico, mas jornalista que sou, tenho a mania de perguntar: se um comprimidinho barato, de fácil produção e ministração, funcionasse, os EUA (que compraram o estoque mundial de 3 meses do Remdesivir, medicamento que tem funcionado em pacientes em UTIs’) teria proibido o uso, em pobres e ricos, e descartado 2 milhões de doses de Cloroquina no Brasil?

Ao fim, não é torcida ou secação. Só um psicopata não ficaria feliz caso existisse algum medicamento para ajudar infectados pela COVID-19 a superar essa terrível doença. Infelizmente, nenhuma pílula evitou mais de meio milhão de mortes no mundo.

 

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