oi, filho

Ninguém é obrigado a suportar seu filho mal educado

Mamãe, que Deus a tenha, sustentava uma sabedoria popular que diz que quando colocamos reparo no filho dos outros, o nosso sai igual. Cresci ouvindo isso e quando fomos jantar com um casal de amigos, no mesmo dia em que soubemos da gravidez da Andressa, pedi para ela não falar mal do “anjinho” da mesa ao lado que subia em cima da mesa de plástico para desespero da mãe e indiferença do pai. Mesmo sabendo disso, preciso compartilhar uma verdade que precisa ser dita: ninguém é obrigado a suportar seu filho mal educado.

Semana passada enquanto jantávamos em uma pizzaria aqui da cidade, uma grande mesa foi ocupada por mais de 50 pessoas, comemorando o aniversário de uma delas. A ampla pizzaria estava lotada de gente, com pouco espaço, portanto, para garçons transportarem as pizzas que alimentariam os clientes naquela noite. Eis que, assim que os adultos se sentaram a mesa, as crianças, primas talvez, começaram a caminhar pelo salão. Me lembrei, na hora, das festas em família lá em casa em que os primos se juntavam para ver TV ou conversar sobre qualquer coisa. Que recordação boa!

Eis que a primaiada começou a correr pelo salão brincando de PE-GA PE-GA entre as mesas, esbarrando nos clientes e atrapalhando os garçons. Dentre os mais de 50 adultos, teoricamente responsáveis pelas crianças, quantos vocês acham que pediram para que a brincadeira cessasse? Exatamente, nenhum. Eles correram, suaram, esbarraram e, DEITARAM NO CHÃO, em meio ao corredor, fazendo o coitado do garçom fazer a volta para não pisar no bonitinho. O ápice.

Eu amo crianças, sempre amei e sempre tive dentro de mim a vontade de ser pai um dia. Vivo a paternidade com todas suas delícias e desgostos e nada me deixou mais P da vida quando descobri que existem restaurantes que simplesmente proíbem a entrada de crianças. Os “no children”  estão se popularizando nos Estados Unidos, embora aqui em São Paulo já sejam uma realidade e, para mim é a coisa mais desumana que o homem já fez. Só quem é pai, e principalmente pai jovem, sabe da quantidade de coisa que a gente acaba se privando para poder cuidar dos nossos filhos, quando eles chegam. São festas que não podemos mais ir, eventos esportivos que evitamos, passar o dia na praia nunca mais… Aí vem um restaurante e diz que eu não posso levar meu filho? Mas aí vem o outro lado… Se eu fosse um adulto sem filhos gostaria de ter o prazer de comer uma pizza sem ter um pirralho esbarrando no meu braço, brincando de pega-pega. 

E eu não acho que seja culpa do pirralho, digo, da criança, a culpa é dos pais que não sabem colocar limites em seus filhos, não sabem conversar, pedir para maneirar na correria, para sentar e comer numa boa. Criança sem limites se torna um adulto mimado e o pior: um funcionário que não sabe se comportar.

Levem seus filhos para passear, jantar fora, ver gente e comer coisas diferentes, mas por favor, eduquem-os para que não encham o saco de quem não tem obrigação nenhuma de suportar criança chata e mal educada. O espaço e o direito de brincar do seu filho termina onde começa a mesa ao lado. Eduque, converse e repreenda. Seu filho, e os outros clientes do estabelecimento que você frequenta com ele, agradecem.

 

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