opinião

O candidato a prefeito que veio do governo em Gravataí

Festa levou mais de 500 pessoas ao CTG Aldeia dos Anjos, conforme organizadores

Ainda não tinha comentado sobre o festão do PL, que lançou como pré-candidato a prefeito Claiton Manfro, hoje delegado regional do trabalho, órgão ligado ao governo Eduardo Leite (PSDB), e que foi secretário de Governança e Comunicação do prefeito Marco Alba (MDB) por seis anos até setembro.

Sob o comando no Rio Grande do Sul de Giovani Cherini, deputado federal e líder da bancada gaúcha no Congresso Nacional, o partido é hoje o terceiro maior do país e tem dinheiro do fundo eleitoral para bancar uma candidatura local.

Em Gravataí, a presidência de Claiton montou um partido ‘de base’, com lideranças comunitárias e ex-candidatos a vereador de diferentes espectros ideológicos, ajudando na eleição da conselheira tutelar Daiane Ferreira, apesar de distantes após a eleição e a polêmica que tratei nos artigos Conselheira tutelar eleita é cassada em Gravataí; ’Dr. Golpeachment’ é o defensor,  Cassação ameaça outra conselheira tutelar eleita em Gravataí; no VAR e Conselheira tutelar eleita livre de cassação; outra também será.

– Polarizações e extremismos não ajudam uma cidade, estado ou país. Há governo e oposição, que precisam dialogar sempre – posiciona-se.

– A candidatura é parte do nosso projeto de construção partidária na região metropolitana, mas vamos conversar com todos os partidos – admite Claiton, citando os prefeituráveis de governo e oposição, mas alertando que o PL não abre mão de participar de chapa majoritária, a prefeito ou vice.

O cientista político e hipnólogo garante que sua saída do governo aconteceu sem traumas:

– Só tenho a agradecer ao prefeito.

 

Analiso.

O Partido Liberal de Gravataí tem a cara de Claiton, apesar de não ser ele um ‘liberal’ dogmático. Foi construído com as relações que, como secretário, mantinha com a comunidade.

Como contei no artigo  Isentão, povão e sem CCs; o partido de Claiton Manfro, em que apresentou a sigla ao então prefeito em exercício Áureo Tedesco (MDB), mesmo que seu TCC na universidade tenha como título ‘O enfraquecimento do movimento sindical após os governos petistas’, por ser ex-PSB, partido pelo qual foi secretário de Cultura de José Stédile – o prefeito de Cachoeirinha, não o irmão, João Pedro, líder do MST – Claiton era ‘vítima’ de brincadeiras de colegas no governo, ao ser chamado de ‘esquerdinha’, por apostar na conexão com os movimentos sociais e populares.

O que causava algum ciúme em políticos e vereadores do governo.

É que sob a influência de sua secretaria estavam 112 associações de moradores, 28 conselhos municipais, como da saúde, por exemplo, os núcleos dos negros, das mulheres, dos idosos, da juventude, das pessoas com deficiência e das políticas comunitárias, além da gestão participativa (que levava prefeito e secretários para prestar contas no bairros e vilas), e do Codes, o conselho de desenvolvimento econômico, que, apesar de também ter representação ‘popular’, opera mais voltado para entidades patronais, empresários e profissionais liberais.

Ao fim, é feeling, não informação: Claiton Manfro, hoje, é candidato a prefeito ‘de verdade’. Não vislumbro espaço para ele como vice de Anabel Lorenzi (PDT), Dimas Costa (PSD) ou do candidato do prefeito, seja Jones Martins (MDB), Levi Melo (Republicanos) ou Luiz Zaffalon (MDB). Articulado, e sem fanatismo por nenhuma ideologia para viver, colaboraria com um bom debate na campanha.

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