Sexo é um comportamento inato do ser humano. Assim como o comer. Discursos sociais de moralidade já conhecidos para a sexualidade são direcionados também à comida. Tem-se como desfecho o mesmo misto de culpa, prazer, punição. Pecado, antes visto no sexo. Agora, na gordura. A qual pode ser usada como proteção à sexualidade.
A perda no interesse em sexo pode ser consequência de restrição alimentar. Viver em um eterno conflito entre submissão e revolta em relação à cultura de dieta, esse controle que demoniza nossos corpos comuns em busca de ideais sociais, só contribui para a insatisfação corporal, associada à prática de dietas restritivas e às compulsões alimentares.
Pela boca, órgão imaginativo que saliva, incorporamos texturas, consistências e sabores. Por ela exploramos o mundo novo e a ela voltamos quando os outros prazeres nos deixam. Retorno que é abrandado pela consciência e conexão com o corpo, ao descobrir a satisfação e atentar para as sensações corporais que a comida provoca.
O que você sente, pensa e faz pelo seu corpo? Que paraíso seria se, a partir dessa sabedoria corporal e identificando o que realmente se quer comer, a comida nutrisse, confortasse e desse prazer ao corpo. Imaginemos.