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O museu de Gravataí também pegou fogo

Prédio que serve de sede ao Museu Municipal Agostinho Martha passou por um incêndio que o deixou parcialmente destruído, há 21 anos, hoje tem rachaduras nas paredes e necessita de restauração.

O gigantesco impacto que a comunidade cultural-científica e ligada à história do Brasil sofreu na noite deste domingo com o incêndio que destruiu o bicentenário Museu Nacional, no Rio de Janeiro, já foi vivido – em menores proporções, claro, porque não teve a repercussão mundial do sinistro carioca – aqui na aldeia dos anjos.

Foi em 1997, quando a sede do Museu Municipal Agostinho Martha ardeu em chamas e boa parte do que era a memória de Gravataí acabou se perdendo. O prédio não chegou a rui, assim como aconteceu no Rio de Janeiro com o Museu Nacional, mas a sequelas, ao que parece, ainda persistem. Pelo menos é o que parece, na forma de rachaduras.

Tanto que a secretaria municipal da Cultura, Esporte e Lazer de Gravataí está preocupada em viabilizar uma reforma na parte estrutural do Agostinho Martha. A pasta até já recebeu laudos do escritório municipal da Defesa Civil e de um arquiteto da própria Prefeitura, além de recomendação de técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).

— Estamos iniciando um processo de orçamento para que seja feita uma avaliação, com emissão do competente laudo técnico, da estrutura física da sede do museu. Com base no que for apontado vamos começar a tratar da viabilização do restauro necessário — contou nesta segunda a secretária Fernanda Fraga.

Fernanda lembra que o prédio-sede do nosso museu, que fica na rua Nossa Senhora dos Anjos, atrás do Colégio Dom Feliciano, foi construído em 1870. A idade da obra – 148 anos – e a ação do tempo aliado ao sol, chuva, ventos, tráfego de veículos pesados na região, podem ser a causa das rachaduras existentes nas paredes. Mesmo assim ela não descarta que o incêndio também tenha colaborado para agravar o problema.

 

Segue aberto

 

Depois do incêndio que destruiu boa parte do acervo e do prédio, o Agostinho Martha passou por uma reforma, em 2009. Entretanto, de acordo com Fernanda Fraga, não há sequer um projeto técnico de restauro ou reconstrução cadastrado nos órgãos competentes da Prefeitura pelo governo da época.

— A inexistência desta documentação dificulta e nos impede até mesmo de saber quais foram as ações realizadas e as consequências desta reforma ou reconstrução para a questão das rachaduras que existem no prédio, hoje — diz ela.

Por enquanto, de acordo com a secretária, o museu segue aberto à visitação já que os laudos (Defesa Civil, Prefeitura e técnicos do Iphae) não acusam risco iminente, mas direcionam para a realização de uma vistoria estrutural especializada que aponte os reais motivos das rachaduras.

— Mas provavelmente, em breve, será fechado para as devidas reformas — admite Fernanda.

 

Obras

 

Além da avaliação da estrutura física do Museu Municipal Agostinho Martha e da possível recuperação do que for relacionado como necessidade nos laudos requeridos, a secretária Fernanda disse que o município dispõe de uma verba de R$ 250 mil, resultado de uma emenda parlamentar, que vai ser empregada na construção de banheiros com acessibilidade, entre outras pequenas obras de melhoria das instalações.

 

MUSEU NACIONAL

 

O que a secretária municipal da Cultura, de Gravataí, Fernanda Fraga, diz sobre o incêndio que destruiu o Museu Nacional:
 

— O que aconteceu no Museu Nacional é uma triste tragédia. Lamentamos o ocorrido e faço questão de destacar: a Prefeitura Municipal de Gravataí não tem medido esforços, nos últimos seis anos, para que nossa memória seja preservada e os gravataienses conheçam e reconheçam nosso passado. Para isto, estamos trabalhando!

 

O Agostinho

 

1

O Museu Municipal Agostinho Martha foi criado pela Lei Complementar Municipal 1.217, de 30 de julho de 1974.

 

2

Mas só foi implantado e organizado de fato pelo pesquisador gravataiense Jorge Rosa, na gestão do então prefeito Ely Corrêa, através do decreto Municipal 1.167 de 10 de julho de 1981.

 

3

Este mesmo decreto também fixou a denominação patronímica com o nome de Agostinho Martha, uma homenagem a um conhecido professor, historiador e pesquisador, também gravataiense.

 

4

O museu foi inaugurado extraoficialmente na rua Luiz Bastos do Prado e, posteriormente, foi adquirido pelo município um sobrado em estilo colonial português, construído por volta de 1870.

 

5

O local, segundo consta, teria sido uma residência particular e, depois, sede de uma atafona (onde era produzida e vendida farinha de mandioca), parte da economia do município durante o período colonial.

 

6

A partir de 1985 o imóvel serviu de sede para a memória do município e, devido a um incêndio ocorrido em 1997, teve parte de sua estrutura destruída pelas chamas, tendo que deixar as instalações.

 

7

O acervo conta a história colonial do Vale do Gravataí, destacando-se a moenda da cana, o tear manual, bem como todo o complexo artesanal da tecelagem, móveis da região dos Açores, em Portugal, e o arquivo histórico municipal. (Fonte: Entre Linhas – www.gravataicultural.com).

 

8

O Museu Municipal Agostinho Martha recebe cerca de 80 visitantes por mês, de acordo com a secretária de Cultura, Fernanda Fraga. A maioria é formada por estudantes de Gravataí.

 

9

O objeto mais antigo no nosso museu é uma mesa do período da intendência, de 1880. No local também estão importantes documentos da história da cidade e da construção da cultura de nossa população.

 

SERVIÇO

 

Museu Municipal Agostinho Martha

Horário de Funcionamento: 9h às 18h

Endereço: Rua Nossa Senhora dos Anjos, 541

Telefone: 3600.7890

 

 

 

 

 

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