opinião

O que ’caso Carús’ ensina a políticos da ’rachadinha’

O ‘caso André Carús’ deixa duas dicas, caso outros vereadores se enrolem com 'rachadinha de salários'. Duas semanas depois de deixar o Presídio Central, o vereador de Porto Alegre anunciou, em coletiva na sede do MDB, que presidia, que está deixando a vida pública.

Carús, uma inspiração para, e parceiro de selfie de, jovens políticos do partido, ficou preso temporariamente por 10 dias suspeito de obrigar assessores a tirarem empréstimos consignados e entregar o dinheiro a ele.

Vamos às dicas.

Primeiro, a renúncia. Hoje, Carús diz que não concorre mais, mas, se quiser, pode tentar voltar à Câmara em 2020. Sem renunciar, corria o risco de uma condenação em segunda instância que o tornaria ‘ficha suja’, impedindo o registro da candidatura no ano que vem.

Segundo, para justificar a ‘rachadinha’, Carús disse à GaúchaZH que enfrentava uma “situação financeira complicada”, que o levou a um empréstimo do Banrisul que comprometia 40% do seu salário líquido como vereador e, por fim, a uma série de agiotas. Conforme ele, a dívida chegou a R$ 100 mil. 

– Se formou uma grande bola de neve – contou o emedebista.

Por causa do contato dos agiotas, o vereador disse que passou a receber ameaças por telefonemas e mensagens. Foi aí que se reuniu com os seus assessores. Conforme o parlamentar, a equipe contraiu empréstimos para ajudá-lo por “livre e espontânea vontade”.

Ao fim, políticos assustados que, algum dia, o Ministério Público, de onde for, resolver acabar com a farra da 'rachadinha' de salários, muitas vezes 'corrupção com recebido', aprendam com Carús: renunciem e agradeçam a boa vontade dos assessores.

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