debate CG-Sindilojas

OPINIÃO | Debate sem enterro de ossos

Os seis candidatos antes do início do debate | Foto JUAREZ MACHADO/Correio de Gravataí

Para desfilar uma analogia de Carnaval, no debate da quarta-feira de cinzas, não houve enterro dos ossos. As seis candidaturas à Prefeitura de Gravataí saíram como entraram da peleia promovida agora há pouco pelo Correio de Gravataí-Sindilojas.

Se não é na Globo, e não tem gafe que rende meme viralizante, debate geralmente morre na versão do facebook do dia seguinte.

Educados, Anabel Lorenzi (PSB), Marco Alba (PMDB), Rafael Linck (PSOL), Rosane Bordignon (PDT), Sadao Makino (PSTU) e Valter Amaral (PT) optaram por um debate estudado e polido, de mornice cortada apenas por um direito de resposta para Marco, por Rosane ter dito que o PMDB não queria a GM em Gravataí, e outro para Anabel, por Rafael ter insinuado que ela mentia ao dizer que não retiraria vantagens do funcionalismo.

Para o folclore da aldeia, inscreve-se o revide de Rosane, chamada por Valter de Massulo no debate da TVE.

– O candidato Amaral da Silva… – desta vez retrucou a esposa de Daniel Bordignon, que da platéia ouviu Valter dizer, certamente para ele:

– Quem governou Gravataí por 14 anos foi o PT, não um Rei Sol.

De surpresa, Marco, o ‘vilão’ para a direção do sindicato dos professores, anunciando que a Prefeitura equilibrou as contas e agora pode negociar reajuste com o funcionalismo.

De previsível, o ‘todos contra um’ para cima do candidato à reeleição, e as candidaturas mais a esquerda, Valter, Rafael e Sadao ‘contra todos eles’ Makino, ligando os favoritos aos governos de Sartori e Temer, passando por Miki até outro prefeito de salário menor, João Dória.

E, apesar da cansativa maratona que são esses debates, tanto para os candidatos como para o público, o trio favorito chegou ao encerramento em seus pontos altos da noite.

Pela ordem da fala, Rosane, firme, outra em relação às ‘abilhadas’ do debate na TVE, disse que era candidata para fazer justiça ao voto do povo que escolheu Bordignon em 2 de outubro.

E, espirituosa, provocou risos:

– 80% não quiseram o candidato Alba. 80% do eleitorado, porque se falo de toda cidade, ele pede direito de resposta.

Marco Alba, comemorando que o governo é um dos únicos que não parou na região metropolitana após a troca de exercício, mesmo tendo pago mais de R$ 200 milhões em contas do passado e ter ainda pela frente R$ 185 milhões em dívida fundada, R$ 67 milhões em precatórios e R$ 835 milhões para o instituto de previdência, instigou os adversários:

– Todos estiveram no governo antes de nós e agora tem solução para tudo, posam de bons moços. Mas a Caveira, a Arinos, a Jobim sem esgoto já estavam lá no tempo deles. E aí?

Anabel desvencilhou-se do ‘efeito Miki’ ao dizer que quer ser prefeita "de Gravataí". Como sempre faz, chamou para si o voto ficha limpa, “sem nenhum processo”.

E concluiu dando letrinha:

– Não serei manipulada por ninguém, não sou candidata para substituir ninguém. Fiz minha própria história.

Ao fim, não dá para condenar os orbitados por milhares, ou por meia dúzia, que saírem pelas ruas sob tapinhas nas costas ou pelo facebook sob coraçõeszinhos, dizendo:

– Ganhamos o debate!

Até porque quem ganha um debate esquecível (nada a ver com a organização, impecável) é melhor ou pior do que quem perde?

Você pode assistir ao debate completo que bombou no facebook do CG clicando aqui.

 

 

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