Ester Ramos foi a incinerada da semana em nosso Grande Tribunal das Redes Sociais, ao postar um vídeo onde chamava de ‘palhacinhos’ manifestantes que, vestidos em verde e amarelo, protestavam na parada 61 de Gravataí, durante a greve dos caminheiros.
Viralizou, como uma boa fofoca.
Ainda mais vindo da personagem ‘comunista’, que é como são chamadas pelas redes sociais as pessoas de ideologia à esquerda – e, na involução da espécie facebuquiana, também aos que não concordam com o juiz online.
Mesmo que tenha sido ex-presidente da Associação Comercial de Cachoeirinha (ACC), Ester é advogada ligada ao sindicalismo, presidente do PSOL e combustível aditivado para exploração política por ser companheira de Pedro Ruas, deputado estadual candidato à reeleição e talvez o mais reconhecido nome da oposição já lançado na disputa pela Prefeitura de Cachoeirinha em 2020.
Quando a polêmica explodiu, Ester postou nota explicando que a reação destemperada deveu-se à revolta por ela, que tem 58 anos, ter vivido a época e saber o que é uma ditadura, defendida naquele momento por manifestantes que pediam ‘intervenção militar já’.
Pois a virulência dos comentários atacando-a no post original, no post da nota de esclarecimento e nos posts compartilhados furiosamente em grupos de Facebook e correntes de WhatsApp, reduz a fala infeliz de Ester a uma pequena gafe.
Há inclusive ameaças, não só essa intolerância com a qual quem naufraga pelas redes sociais já se acostumou até.
Mas generalização é sempre um erro.
E Ester errou.
Se a referência que fez no vídeo era a quem defende a ditadura, ela não deveria ter ofendido os artistas.
Palhaços fazem crianças rir, não as matam.
LEIA TAMBÉM