Os últimos 5 dias registraram uma média de 8 vidas perdidas pela COVID-19 a cada 24h, ou uma a cada 3h em Gravataí. É mais do que o dobro de fevereiro, 3.2/dia. As UTIs e leitos seguem superlotados e, há 15 dias, a Prefeitura não consegue transferir pacientes para hospitais referência em Porto Alegre.
Nos últimos 5 dias foram diagnosticados 495 infectados e 41 óbitos de moradores do município. Em 12 meses já são 14.339 infectados e 360 óbitos, o que corresponde às perdas na queda de dois voos 3054 da TAM ou duas boates Kiss.
A última semana teve o recorde negativo de óbitos em 24h desde o início da pandemia, em março do ano passado: 14 entre quarta e quinta, como detalhei em O pior dia de nossas vidas: nunca se morreu tanto em Gravataí; ’Pelo amor de Deus, não temos mais como atender às pessoas infectadas’, apela prefeito.
Às 18h desta segunda o site oficial COVID-19 CORONAVÍRUS mostrava que entre o Hospital de Campanha e o Dom João Becker as 20 UTIs estão ocupadas e há 61 pacientes para outros 10 leitos com respiradores – o que significa 51 pessoas em cadeiras, macas ou no chão, muitas recebendo oxigênio.
É uma tristeza. Hoje perguntei ao secretário da Saúde se foi necessário comprar mais sacos de corpos, como reportei em abril de 2020 em Gravataí compra sacos para corpos; gripezinha, vodca e a impronunciável COVID 19.
– Ainda temos… – respondeu Régis Fonseca, que nos últimos 10 dias pouco tem dormido e, aos 39 anos, amanhece a cada dia com mais fios brancos no cabelo e barba.
– Nossa geração não passou por nada parecido com a crise sanitária que estamos vivendo. Todas as estratégias de enfrentamento à pandemia geram inúmeras discussões e polêmicas, a única unanimidade diz respeito à ampliação de leitos. Infelizmente esta é finita e, neste momento, apesar de todos os esforços, atingimos o nosso limite – alerta, em lamento.
É nossa guerra, com todo estresse pós-traumático que virá, para economia e, principalmente, para as famílias enlutadas.
Que tristeza, que tristeza…
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