A Câmara de Gravataí gosta de se autossabotar. Vereadores ‘são suicidados’ principalmente na apreciação de moções de parabenização ou repúdio. Na última sessão foi reprovada homenagem a empresário que teve seu negócio reconhecido em premiação estadual.
Reputo há erros de quem propôs e de quem rejeitou.
Vou omitir o nome do ‘homenageado’, porque ninguém pode ser associar à culpa de ser indicado para uma honraria por outrem.
Os votos contrários, pelo que apurei com alguns deles, se deram porque o empresário é presidente de uma associação de moradores e faria críticas sistemáticas aos vereadores, ao governo municipal e a políticos em geral.
Entendo frágil a justificativa.
Políticos tem que estar prontos para receber críticas. Ainda mais de um representante de uma comunidade. Não tenho registro de injúrias, calúnias ou difamações, cujo campo mais adequado para reprovação é o Judiciário.
Arrisca rebaixar o legislativo da quarta economia gaúcha, que representa 100% do eleitorado, inclusive o cujo, descer à planície para cometer uma vendeta a um cidadão sem mandato.
Mostraram-se muito ‘dodói’ nossos vereadores.
Por outro lado, errou vereador ao propor a moção sem antes consultar os colegas. Submeteu o empresário a um constrangimento duplo.
Por que duplo?
A reprovação de uma homenagem representa algo chato. Mas talvez a aprovação fosse ainda mais constrangedora, afinal o homenageado estaria sendo reconhecido a partir dos votos daqueles políticos que supostamente tanto critica.
Resta o alerta que sempre faço sobre o desgaste que volta e meia sofre a Câmara, como Poder, ao votar moções de parabenização ou repudio, que quase sempre levam do nada a lugar algum, mas quando levam quase sempre é a um precipício político.
Não é o caso dos envolvidos neste artigo, é história antiga, mas já testemunhei em legislaturas anteriores homenagens a bandidos, com ou sem mandato.
Ao fim, respondem todos ao mesmo B.O. político.