crise do coronavírus

Pessoas vão morrer da COVID em calçadas de Gravataí?; No container, 9 corpos

Marcelo Nascimento em fiscalização do CMS, com o container que serve para armazenar corpos até remoção do hospital

Como um Nostradamus 2.1, Miguel Nicolelis disse em entrevista ao Tutameia que “pessoas vão morrer nas ruas em Porto Alegre”.

– A capital do Rio Grande do Sul parece um foguete decolando. A curva era inclinada e agora ela é vertical – alertou o cientista.

Como o chamo de Nuncaerris, porque previu em janeiro os mais de 300 mil mortos e a sequência de recordes negativos de mais de 3 mil vidas perdidas por dia, fui ouvir autoridades da saúde em Gravataí.

– Nossos números estão mais estáveis que os de Porto Alegre. De qualquer forma, sempre temos a maior cautela possível ao analisar eventuais cenários da pandemia – acautela-se o secretário da Saúde de Gravataí, Régis Fonseca, não respondendo sim ou não.

Os números oficiais registrados no painel de controle do Governo do RS mostravam, nesta segunda-feira, uma ocupação de 109,62% nas UTIs da Capital; em Gravataí 100%. A média de mortalidade também é menor, como tratei em Caíram aviões em Gravataí: 500 vidas perdidas até fim da semana; São 2 Airbus, duas boates Kiss e Os números de Zaffa estão certos: Gravataí tem menor média de mortes na Grande Porto Alegre; A oposição e o marxismo atualizado.

Antônio Weston, superintendente do Hospital Dom João Becker/Santa Casa de Gravataí, é mais otimista:

– Creio que é possível revertermos a situação, a partir do distanciamento social e da ampliação da vacinação, que já é uma realidade aqui em Gravataí. Não vejo o quadro catastrófico que a matéria apresenta e acredito que a situação nesse momento deva ser encarada com firmeza e sem gerar pânico na população. Os profissionais da saúde estão dando o seu máximo para vencermos a pandemia. E o poder público está buscando a solução, a partir do equilíbrio entre questão sanitária e econômica.

– É hora de convergir ideias para solucionar o problema e não explorar a tragédia, projetando cenários apocalípticos – conclui o Dr. Weston.

Já Marcelo Nascimento, presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), alerta que se mortes não acontecerem “nas calçadas”, poderão ocorrer por falta de atendimento adequado em leitos de UTI.

– Na fiscalização que fiz ontem 15 pacientes aguardavam em cadeiras, computados como atendimento em leitos. O Hospital de Campanha, o Becker, as duas UPAs e o PAM 24H estão lotados. Os atendimentos no HC só acontecem para pacientes graves. Os demais são direcionados para outras portas de entrada da rede municipal. A situação não está normalizando e vem aí o coelhinho da Páscoa…

– A saída seria um lockdown em toda Região Metropolitana e a vacinação em massa. Do contrário, seguiremos com pacientes cada vez mais jovens internados e morrendo, fila de funerárias em Gravataí e a economia patinando como acontece há um ano – adverte.

Fato é que o mundo olha para nossas cidades sem fronteiras, depois que o maior jornal do planeta, o New York Times, colocou a região no epicentro mundial da COVID-19, como tratei sábado em Tragédia da Grande Porto Alegre ’deu no New York Times’, Alices; Não chame o síndico!, e o mesmo fez o maior jornal econômico, o Wall Street Journal, e postei nesta segunda em Em vídeo a tragédia da COVID nas UTIs da Grande Porto Alegre; Agonia para ricos – e pobres.

Se o índice de internações caiu, na mesma média que reportei em Internações caem em Gravataí: ’Mesmo no colapso, ninguém ficou sem atendimento’; Secretário fala sobre leitos, bandeira preta, variante e vacinas e Sem risco de morte: Santa Casa não permite nebulização por cloroquina em Gravataí; Chefe do Becker confirma redução de internações, ainda é uma incógnita o efeito da reabertura do comércio e do feriadão de Páscoa.

Ao fim, se não deveremos ter mortos nas calçadas de Gravataí, pacientes seguirão em cadeiras e os corpos seguirão lotando o container do Hospital de Campanha e Dom João Becker.

Nesta segunda eram 9 gravataienses.

 

LEIA TAMBÉM

Gravataí não vai abrir comércio no fim de semana: ’Quero manter situação sob controle’, diz Zaffa; Em Porto Alegre, liberou geral

Gravataí e Cachoeirinha: comércio pode reabrir segunda; As mensagens da diarista que se foi

Não seria hora de um lockdown de verdade, de indústria, supers e ônibus em Gravataí e Cachoeirinha?; O exemplo que funcionou

6 meses para ’vacina municipal’: no conta gotas atual, 2 anos para imunizar Gravataí e Cachoeirinha

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

É MAGA na veia, baby

Não é de surpreender que Trump tenha lançado uma monumental e sedutora, embora arriscadíssima, operação psicológica para mudar à força a narrativa. Compartilhamos o artigo do jornalista Pepe Escobar, traduzido

Leia mais »

Receba nossa News

Publicidade