crise do coronavírus

Por que Havan de Gravataí pode abrir no lockdown

Foto de arquivo, com loja aberta no ano passado

A Prefeitura de Gravataí atendeu denúncia de que a Havan estava aberta neste sábado de lockdown. É dos Grandes Lances dos Piores Momentos.

Conforme reportagem de GauchaZH a empresa abriu em Gravataí e Capão da Canoas, mesmo com o Rio Grande do Sul todo em bandeira preta.

Em Gravataí, entre 16h e 16h30min, cerca de 40 veículos estavam no estacionamento da loja, com movimentação constante de clientes entrando e saindo do prédio, incluindo idosos. A maior parte deles não carregava gêneros alimentícios nas sacolas de compras.

Ao tomar conhecimento de que a loja estava aberta, o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, argumentou que a Havan tem a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) como vendedora de produtos essenciais, sendo considerada como um supermercado. Pelas regras da bandeira preta, os mercados podem ficar abertos até as 20h.

– Já tivemos uma denúncia parecida durante a pandemia. Na época, encaminhamos uma equipe da Guarda Municipal até o local que orientou a direção da loja a isolar toda a parte que não comercializa produtos essenciais. Desta vez, daremos a mesma orientação. A loja não pode comercializar neste momento produtos não-essenciais – afirmou.

Por volta das 17h30min, uma equipe da Guarda Municipal esteve novamente na loja e, segundo o prefeito, constatou que os clientes estavam apenas comprando produtos essenciais.

– Estavam cumprindo todos os protocolos, mas deixaremos a Guarda Municipal no local até as 20h – afirmou à reportagem.

Sigo eu.

É vergonhoso, um deboche, “a maior rede de lojas de departamento do Brasil” estar aberta quando a lojinha da 66 e o barbeiro da 103 estão com grades abaixadas ou enfrentam restrições.

Errado está desde a aceitação pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da Havan como vendedora de produtos essenciais, sendo considerada como um supermercado.

Foi um migué de Luciano Hang colocar dois, três sacos de feijão e arroz na prateleira para suas lojas serem consideradas supermercado.

No juridiquês, concorda comigo a juíza Vivian Hey Wescher, que na semana passada proibiu a Havan de abrir uma loja em Pato Branco (PR) em horário normal, como se fosse supermercado, em meio ao lockdown.

– Ao que tudo indica, a rede Havan passou a vender produtos como arroz e feijão em uma tentativa de reabrir como serviço essencial. Basta uma simples consulta ao website para constatar que as ofertas anunciadas não dizem respeito a gêneros alimentícios e sim a produtos diversos, como eletrodomésticos, brinquedos, decoração, utensílios domésticos – observa a magistrada em sua decisão.

Inegável que os Hang são empresários de sucesso e merecem aplausos pelos empregos que geram, mas não estão acima da lei, e, principalmente, não podem usar disso para ganhar um habeas corpus moral.

A Havan não respondeu à RBS. Sugiro um comunicado: “foi com verdadeira indignação e mesmo revolta que vi a imprensa publicar exatamente o que eu fiz”.

 

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