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Prefeitura envia extinção do Ipag Saúde à Câmara; leia projeto e justificativa

O Ipag Saúde será extinto, como já antecipei, não como torcida ou secação, mas como informação.

O Seguinte: teve acesso ao projeto de lei que chegou há pouco à Câmara de Vereadores e, se valer o que foi aprovado por quase unanimidade em assembleia do sindicato dos professores dia 12, as cerca de 70 escolas municipais de Gravataí param ainda esta semana as aulas aos 30 mil alunos.

Hoje, o governo Marco Alba tem, entre os 21 vereadores, ao menos os 11 votos necessários para aprovar a propostanos próximos 30 dias.

Devido à hora, deixo para os próximos artigos ouvir os envolvidos, trazer detalhes e comentar. Mas não é nada diferente do que adiantei no texto Projeto de extinção do Ipag Saúde leva a greve; chamem o povo para festa e nos links relacionados nele. 

Publico assim, agora, sem muito contexto, porque são informações que falam sozinhas, e envolvem cerca de 10 mil usuários do plano de saúde, entre funcionários públicos municipais e dependentes.

Goste-se ou não, o texto do PL e a justificativa são didáticos ao apresentar dados sobre o rombo no Ipag Saúde e uma explicação política sobre os porquês do governo Marco Alba extinguir o plano de saúde, além de informar que a Prefeitura pode ser avalista de uma adesão a planos privados, a preços acessíveis, por feita aos moldes dos empréstimos consignados, garantidos pelo desconto em folha.

Nesta terça, comento trecho a trecho. Siga agora a publicação dos links, já que é a pauta-bomba do ano.

Clique aqui para ler o PL 19/2019 e a justificativa do prefeito.

Em resumo, o que o governo argumenta é: para o Ipag Saúde sair do buraco em que está só cavando um buraco maior. Do qual Marco Alba não será o coveiro, apesar de, quando púbere, ter sido jardineiro. É bem diferente da vã esperança que o SPMG vende em sua página no Facebook sobre a reunião com o governo na última sexta.

Ari Campista dizia:

– A maior arma dos trabalhadores é a greve, que só vale como ameaça. Depois de deflagrada, traz prejuízo para todos.

O líder metalúrgico nas históricas greves do ABC paulista no final dos anos 70 foi considerado ‘pelego’ pelos que viam em Lula o ‘radical’ – o que a história mostra: um erro.

Aí, cabe-me, como jornalista – não como caça-cliques defendendo em emojis de vômito que ‘greve é coisa de comunista’, ou como porta-bandeira da luta de classes incitando ao uso do principal instrumento do trabalhador contra o patrão – opinar: hoje me parece difícil colar em Gravataí uma greve para manter o plano de saúde dos servidores e familiares.

Por mais que todos – ou alguém – considerem justa uma paralisação por uma semana, um mês ou um ano, já que os professores não tem salários como os do Japão, ao fim, ninguém ganhará.

Desenho.

Marco Alba vai se despedir da Prefeitura em 31 de dezembro de 2020 fiel ao seu legado, desarmando mais essa bomba nas contas públicas de Gravataí, argumentando que ‘300 mil habitantes não podem pagar a conta por 5 mil servidores’. E, arrisco: com a população contra os servidores paralisados e sob o silencioso sorriso de políticos destros canhotos ou (fake) isentões, afinal, seja quem for a assumir o governo em 2021, pelo menos no cotejo das colunas de receita e despesa, terá um déficit corrente a menos com o qual se preocupar.

O SPMG, pelas redes sociais, está convocando a categoria para, antes de deflagrar a greve, começar a pressão sobre os vereadores já na sessão desta terça, 17h.

Sem torcida ou secação: é natural ao sindicalismo pelear, mas acredito que reste à presidente Vitalina Gonçalves conduzir a categoria a uma boa negociação com algum plano privado para atender aos seus associados. Na reunião de sexta em nenhum momento o governo sinalizou negociar – como antecipo no Seguinte: desde antes do Carnaval. Nesta segunda, o prefeito já enviou á Câmara o projeto de extinção do Ipag Saúde. Greve agora é legal e da democracia, mas não é nada além da audácia do desespero.

 

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