opinião

Presidência da Câmara: quem será o ’candidato de Marco Alba’? da novela ao acordo

Carlos Fonseca postou em seu perfil no Facebook foto com prefeito Marco Alba na inauguração da nova sede do Corpo de Bombeiros

A eleição para a mesa diretora da Câmara é a ‘festa da firma’ dos políticos. Se o povo pouco percebe a diferença entre um presidente do legislativo e outro, os políticos se divertem nos jogos de poder e também curtem os 10 CCs ligados à presidência, ou nos governos de plantão, e que são invariavelmente divididos entre os eleitores-vereadores.

Na metafísica da política, é como um Gauchão: se ganha o governo, que seria a dupla GreNal, não faz mais que a obrigação; se vence a oposição, minoritária, a comemoração é de Mundial Fifa.

Dou o contexto para tentar antecipar um movimento que pode fazer o prefeito Marco Alba (MDB), que reputo sempre um ‘Grande Arquiteto’ da política, para manter o comando do legislativo com alguém ‘simpático’ ao governo às vésperas da janela de março que permite a troca de partidos sem risco de perder o mandato – cujas perdas e ganhos tratei no artigo Quem fica com quem em governo e oposição.

Acontece que Fernanda Fraga se despediu segunda-feira da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer. Ela é ligada ao DEM do vereador Evandro Soares, número 1 para ser vice do oposicionista Dimas Costa (PSD) na disputa pela Prefeitura em 2020.

‘Marquista’, Fernanda vai sair do partido, mas não ficou mal. Nesta terça já foi publicada no Diário Oficial sua nomeação como secretária-adjunta da Educação. Mas isso é um detalhe, um merecido reconhecimento do prefeito a uma colaboradora competente e fiel.

A articulação principal pode estar por vir.

Marco Alba pode permitir que Neri Facin (PSDB) e Demétrio Tafras (PDT) tenham influência na escolha dos novos gestores da secretaria que era de Fernanda. Neri, patrão de CTG, indica na Cultura; Demétrio, ex-jogador de futebol, indica no Esporte e Lazer.

O que isso tem a ver com a eleição na Câmara?

Neri se diz candidato à presidência a partir de um acordo firmado em 2017 pelo ‘G-8’, que virou ‘G-7’ com a saída de Bombeiro Batista (PSD). É o grupo dos vereadores ligados ao governo que não são do MDB. Reúne, além de Neri, Airton Leal (PV), Evandro Soares (DEM), Fábio Ávila (Republicanos), Jô da Farmácia (PTB), Roberto Andrade (PP) e Mario Peres (PSDB).

Fazendo indicações na secretaria, Neri poderia aceitar sair da disputa.

Mas, por que tirar Neri da disputa, se ele é do governo? E o que Demétrio tem a ver com isso?

Neri fora da eleição abriria espaço para Carlos Fonseca (PSB) ser o candidato à presidência com os votos do governo.

Fonseca, além dos votos dele próprio, de Neri e Demétrio (que deve trocar o PDT pelo PSDB), teria os votos do MDB (Alan Vieira, Alex Tavares, Clebes Mendes, Nadir Rocha e Paulinho da Farmácia), e dos vereadores do ‘ex-G-8’ Airton Leal (PV), Fábio Ávila (Republicanos), Roberto Andrade (PP) e Mario Peres (PSDB).

Fonseca, como ‘candidato do Marco’, teria 12 votos, dos 11 que precisa, sem contar seu colega de PSB, Paulo Silveira, que ficaria numa encruzilhada: se votar no colega o sinal é de que o partido que preside, oposição por sete anos, está compondo com o governo, como antecipei os indícios – e as negativas – nos artigos No site da Prefeitura, Marco Alba e vereadores da oposição; a imagem e a verdadeUma saída honrosa para Paulo Silveira, Stasinski e EdirPaulo Silveira confirma candidatura a Prefeitura de Gravataí.

Se não votar, pode ser a deixa para Fonseca ir para o Republicanos e indicar CCs na Prefeitura e experimentar o gosto de ser governo no ano eleitoral.

A arquitetura de Marco dispensaria dois vereadores que hoje estão no governo, mas já abriram apoio a Dimas Costa (PSD) para prefeito: Evandro Soares (DEM) e Jô da Farmácia (PTB). E asseguraria, com Fonseca e Demétrio, 12; e com Paulo, 13 votos, na Câmara.

Evandro e Jô hoje votam em Neri, cumprindo o acordo do ‘G-8’.

É a mesma tendência de Dimas, Bombeiro Batista (PSD) e Alex Peixe, que deve trocar o PDT pelo PSD, para pelo menos ‘dividir’ a vitória com o governo, angariando a simpatia de Neri em sua gestão.

Já Dilamar Soares (PSD) teria os votos de Rosane Bordignon (PDT) e Wagner Padilha, que deve trocar o PSB pelo PDT. O vereador, que vai para o PDT, foi lançado há três meses como estratégia para firmar como oposição o grupo da candidata a prefeita Anabel Lorenzi, de quem Dilamar é ‘a voz na Câmara’, e dos ‘Bordignons’.

Ao fim, a eleição do dia 19 pode me fazer uma Manuela Dias ao escrever esse roteiro. “Fantasioso”, como me critica Paulo Silveira quando identifico sinais de que seu PSB – e, principalmente Fonseca, não só nos elogios de Facebook ao governo, mas também em foto ao lado do prefeito – está cada vez mais simpático a Marco.

Pode também Marco Alba, como sempre dizem prefeitos, governadores e presidentes da República, “não se envolver na eleição do legislativo”, e a nova gestão da Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer não ter nenhuma influência de ocupantes do kinder ovo amarelo da José Loureiro da Silva.

Aguardemos os próximos 15 dias. Como sempre observo no Seguinte:, em se tratando de política a coincidência raramente é eleita. O que pode ser o caso, uma rara coincidência, já que Marco Alba tem como característica cumprir acordos. Assim, o nome que o G-7 escolher, será o presidente.

Neri Facin já poderia preparar a comemoração no CTG Carreteiros da Saudade.

A conversa com o PSB ficaria para a eleição de 2020.

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