O Rio Gravataí atingiu 4,76 metros às 13h30 deste domingo (23), ultrapassando em um centímetro a cota de inundação (4,75 m), segundo medição da Agência Nacional de Águas (ANA). Apesar do nível crítico – que historicamente invade residências em bairros vulneráveis –, não há motivo para pânico: a Defesa Civil de Gravataí informa que não há risco iminente para áreas urbanas centrais ou mais populosas, embora mantenha alerta para moradores ribeirinhos.
O rio encontra-se na cota de alerta, com elevação lenta (0,3 cm/h), contrastando com o rápido avanço do Guaíba (3 cm/h). Equipes municipais monitoram 24h a eventual necessidade de remoção de famílias principalmente nos bairros Vila Rica, Novo Mundo, Cedro e Viviane Cristina.
Conforme o último boletim divulgado na noite do sábado, apenas duas pessoas (mãe e filho, do bairro Auxiliadora) precisaram ir para abrigo municipal e três famílias permaneciam fora de suas residências, alojadas em casas de parentes. A Prefeitura forneceu alimentos e colchões para duas dessas famílias, conforme suas necessidades.
Alagamentos pontuais afetam algumas ruas e estradas de Gravataí, com fechamento de trecho da Estrada Dionísio Cardoso de Lima, no distrito da Costa do Ipiranga. Obras recentes (2024-2025) reduziram pontos críticos, segundo a Prefeitura, que usa drones para verificar eficácia após eventos extremos (ciclone em 2023 e enchente recorde de maio/2024, com 6,23 m).
Em Cachoeirinha, o extravasamento do Arroio Sapucaia bloqueou a Estrada do Nazário, exigindo recuperação emergencial. Uma família de quatro pessoas e seu pet foram realocadas para abrigo no Jardim Betânia.

Ligação com o Guaíba e alerta regional
A situação preocupa pela conexão direta: o Gravataí deságua no Guaíba, que já atingiu 3,19 m (acima da cota de inundação de 3 m), o que pode provocar represamento. A Metsul alerta para “muita atenção” no início da semana, especialmente nas ilhas de Porto Alegre, onde famílias já estão desalojadas.
Sérgio Cardoso, presidente do Comitê da Bacia do Gravataí, ressalta: “Ultrapassar a cota de inundação significa avançar para regiões de várzea, que não deveriam ser ocupadas”. O problema crônico de ocupação de áreas de risco amplifica os efeitos.
Apesar da estabilidade relativa, o volume de chuvas acumulado (160 mm em junho, acima da média histórica de 130,4 mm) mantém as autoridades em estado de atenção máxima.
As Defesas Civis municipal e estadual pedem que moradores de áreas baixas em Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre acompanhem boletins oficiais e evitem áreas alagadas (risco de doenças e acidentes).
Contatos emergenciais:
: Defesa Civil/WhatsApp – (51) 9332-7385
: Guarda Municipal – 153
: Bombeiros – 193
: SAMU – 192
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