coluna do silvestre

Sem acordo, greve pode paralisar a GM

Funcionários da fábrica da GM de Gravataí participaram de assembleia na manhã de ontem quando rejeitaram as propostas de mudanças na relação patrão-empregado. Categoria está mobilizada.

— Não houve consenso. Temos um contrato que garante o reajuste e o PPR desse ano. Não podemos mexer nas regras com o jogo em andamento. Contratos foram feitos para serem cumpridos e por isso continuaremos mobilizados.

Foi o que disse agora à tarde o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), Valcir Ascari, depois de retornar de São Paulo onde, no final desta terça (29/1) participou, ao lado do diretor jurídico da entidade, Edson Dorneles, de uma reunião com a cúpula da GM Mercosul e GM Brasil.

Diante do impasse, já que os sindicalistas não aceitam os 21 itens da pauta apresentada pela General Motors e que mexe nos vencimentos dos metalúrgicos, o Sinmgra não afasta a possibilidade de os trabalhadores cruzarem os braços, em greve. O objetivo principal, segundo o sindicato, é fazer com que seja cumprido o que havia sido colocado em contrato.

Foram mais de três horas de reunião na tarde de ontem com a presença de Ascari e do diretor jurídico Edson Dorneles, mais o vice-presidente da GM, Marcos Munhoz. O debate deve continuar, porém não há data e nem local do próximo encontro.

 

PARA SABER

 

1

Os sindicalistas voltaram a se mobilizar em frente aos portões da fábrica da GM de Gravataí conversando com os trabalhadores e atualizando informações quando ao andamento das negociações.

 

2

Para a manhã desta quinta-feira (31/1) está marcada uma reunião com o prefeito de Gravataí, Marco Alba (MDB). O Sinmgra quer entender as medidas que estão sendo tomadas por parte do município e alinhar as ações junto ao governo do estado.

 

O que está havendo

 

A crise na General Motors teve início após declarações dadas por integrantes da alta direção da empresa de que havia a possibilidade de a empresa abandonar investimentos no Brasil e América do Sul, caso os resultados financeiros não fossem melhorados.

 

Como medidas emergenciais foram listadas 21 alterações, todas rejeitadas em assembleia realizada pelos trabalhadores do Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag) na manhã de ontem, em assembleia realizada no portão da fábrica.

 

Pontos da discórdia

 

1. Formalização de Acordo Coletivo de longo prazo (2 anos) renováveis por mais dois anos.

2. Negociação de valor fixo e substituição de aumento salarial para empregados horista e congelamento ou redução da meritocracia para mensalistas.

3. Negociação de Participação nos Resultados com revisão de regras de aplicação, prevalência da proporcionalidade, transição para aplicação de equivalência salarial e inclusão de produtividade.

4. Participação dos Resultados por três anos sendo zero no primeiro ano, 50% no segundo ano e 100% no terceiro ano.

5. Suspensão das contribuições da GMB por 12 meses de Previdência

6. Alteração do Plano Médico

7. Implementação de Trabalho Intermitente por Acordo Coletivo e Individual

8. Terceirização de Atividades Meio e Fim

9. Jornada de Trabalho de 44 horas semanais para novas contratações

10. Piso Salarial de R$ 1.300,00

11. Redução do período de complementação auxílio previdenciário para 60 dias para um evento no ano.

12. Renovação de Acordos de Flexibilidade

13. Rescisão no Curso de Afastamento para empregos com tempo para aposentadoria (nova)

14. Desconsideração de Horas Extraordinárias (novas)

15. Trabalho em Regime de Tempo Parcial

16. Jornada Especial de Trabalho (12/36 horas)

17. Ajuste na Cláusula de Férias com parcelamento previsto em Lei

18. Regramento do Contrato de Trabalho Intermitente

19. Implicabilidade de Isonomia Salarial acima dos 48 meses para grade nova

20. Cláusula regrando a adoção do Termo de Quitação Anual de Obrigações Trabalhistas

21. Congelamento de Política de Progressão Salarial horista por 12 meses

 

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