– Pelo menos seis livros próprios e participação em vários outros.
– Membro do Clube Literário de Gravataí, entidade da qual já foi vice-presidente.
– Ambientalista com especialização, palestrante e ativo participante da causa.
– Um dos fundadores da Associação de Preservação da Natureza – vale do Gravataí (APN-VG).
– Militante político desde o velho MDB, depois PMDB, com longa passagem pelo PT e agora, desde 2016, integrante do PDT.
– Concorreu ao Legislativo gravataiense por três vezes, sem lograr êxito. Mas não gaura mágoas por isso.
– Jornalista com formação universitária com passagem pelos mais importantes veículos de comunicação da aldeia dos anjos.
– Funcionário público municipal aposentado, trabalhou a maior parte do tempo na assessoria de comunicação da Prefeitura.
Várias outras frases ou citações poderiam ser escritas para apresentar o Personagem desta reportagem do Seguinte:.
Reportagem
— Como é todo teu nome, Claudio?
— É Claudio Wurlitzer. Tem o Ely, no meio, mas não precisa botar porque nem uso, e todo mundo que me conhece só me chama de Claudio Wurlitzer.
Ou CW, que é como algumas pessoas o relacionam nas mensagens cifradas das redes sociais ou de WhatsApp.
Conheci o Wurlitzer no começo dos anos 2000, quando mudei para Gravataí para trabalhar no antigo Correio de Gravataí. Aliás, o mesmo jornal – fundado pelo empresário Roberto Gomes de Gomes (hoje dono do Seguinte:) – que quando circulou pela primeira vez tinha como reportagem de capa uma entrevista do Claudio com o então governador do Estado, Jair Soares.
— Ele tinha vindo à cidade para a inauguração de uma das ampliações da fábrica da Dana. Naquela época ainda não era Dana — relembrou, no nosso bate-papo, o hoje veterano dono de uma privilegiada memória.
Artesanato
Aos 65 anos – dia 10 de outubro chega aos 66 – Claudio Wurlitzer mora hoje em um seguro e confortável condomínio de Gravataí, a mesma cidade em que nasceu, cresceu e trabalhou a vida toda. Em uma união estável há 12 anos com Mariel, é pai de três filhas de uma união anterior.
Anna Raísa, hoje com 23 anos, e Camilla, de 28. Teve ainda a Gabriella que nasceu com Síndrome de Down e faleceu aos 38 dias de vida, em 1994. E fala com carinho dos filhos da atual companheira, Henderson e Andrio, de 32 e 25 anos, respectivamente.
— Me dou super bem com os guris, bah! — exclama.
Fora do mercado de trabalho, fica mais tempo em casa. Dedica-se a um novo hobby, o artesanato, e até já vendeu algumas das caixas que produz – caprichosamente – revestidas com filtros de café.
— Faço para dar de presente para os amigos, mas já deu até para faturar uma graninha com algumas — fala, se divertindo.
Os partidos
Sobre sua incursão na política, tem as épocas na ponta da língua. Em 1974 ingressou no antigo Movimento Democrático Brasileiro, o MDB, aquele de oposição à Aliança Renovadora Nacional (Arena) e aos governos militares da época. Ficou por 30 anos no partido e chegou a concorrer a vereador pela sigla em 1976.
Em 2004 deixou o agora PMDB. Ficou por três anos sem vínculos com partidos até que, em 2007, assinou ficha no Partido dos Trabalhadores, o PT do seu velho e bom amigo, o ex-prefeito Daniel Bordignon. E mais recentemente, em 2016, com a migração de muitos petistas para outras siglas mais de esquerda, acompanhou Bordignon e filiou-se ao PDT, Partido Democrático Trabalhista.
— Assinei com o PDT em março de 2016 e, hoje, faço parte do Diretório Municipal — conta.
Se pretende voltar a concorrer ao Legislativo da aldeia, nega.
— Hoje, não mais. É muito desgastante. Concorrer, hoje, só se for a prefeito — diz, rindo.
Natureza
Claudio Wurlitzer se tornou um dos fundadores da Associação de Preservação da Natureza – Vale do Gravataí, a APN-VG, meio por acaso. Ele conta que estava cursando Jornalismo quando encontrou-se com Paulo Müller e Alceu Flores que lhe pediram que ajudasse a elaborar o estatuto daquela que é hoje a associação.
— Antes de ser criada a APN-VG eu já estava participando da luta contra a destruição dos banhados e pela preservação do Rio Gravataí. O que continua até hoje! — destaca.
O jornalista chegou a ser presidente da entidade fundada em 14 de junho de 1979, ocupou diversos outros cargos na diretoria. Esse seu envolvimento com a causa da preservação da natureza o levou, mais recentemente, em 2006, a cursar pós-graduação em educação ambiental.
Confira no vídeo abaixo a entrevista de Claudio Wurlitzer.
DOIS FATOS
Seguinte: — O que marcou a tua vida profissional, negativamente?
CW — São muitas passagens ao longo da minha vida profissional, mas um dos mais marcantes e recentes aconteceu em 2011, que foi o processo que levou à cassação da prefeita Rita Sanco que entendíamos como ilegítimo.
Seguinte: — E um acontecimento positivo que poderias relatar?
CW — Um fato positivo que dá para citar, até porque está acontecendo uma forte polêmica em torno da GM, é ter participado bem de perto a negociação que acabou fazendo com que a empresa acabasse optando por instalar sua fábrica em Gravataí.
DOIS PERSONAGENS
Seguinte: — Quem são os personagens principais ou o personagem que marcou esta tua trajetória de 40 anos de vida profissional?
CW – Na questão ambiental posso citar com tranquilidade o professor Paulo Müller. Ele foi quem iniciou o movimento ambiental e que mostrou para a cidade, para o estado, o crime cometido contra o nosso rio.
Seguinte: — Mais algum?
CW – E na área pública, mais precisamente na educação, não tenho dúvida em destacar o professor Nicolau Chiavaro Neto. Foi secretário de Educação do ´município, professor em diversas escolas, professor universitário, criou em Gravataí o movimento escoteiro, e foi uma pessoa com grande envolvimento e trabalho em benefício da comunidade…