O prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) e o presidente do sindicato dos metalúrgicos (Sinmgra) Valcir Ascari, o Quebra-Molas, se reuniram nesta sexta-feira para traçar estratégias conjuntas para Gravataí receber parte dos R$ 7 bilhões em investimentos anunciado no Brasil pela GM; leia em Por que Gravataí deve receber parte dos 7 bi em novos investimentos da GM; O carro elétrico, os chineses na casa do Lula e o Elon Musk excitado.
– Quem depende da GM como cidade e comunidade tem que estar atuando em todas as instâncias. Direção da GM, Governo do Estado, sindicato – disse Zaffa ao Seguinte:, após a reunião na Prefeitura, da qual participaram também o vice-prefeito, Dr. Levi, e o diretor jurídico do sindicato, Edson Dorneles.
O complexo automotivo responde hoje por praticamente metade do orçamento de R$ 1 bilhão de Gravataí.
– Pela modernidade e produtividade da planta de Gravataí, a 1000 km de qualquer capital importante da América do Sul, tenho quase certeza de que receberemos investimentos. Mas não dá pra dormir de touca – concluiu.
Com a ampliação de 2014, a fábrica que produz o carro mais vendido do país, o Onix, e o seu derivado sedã, o Prisma, se consolidou como a mais importante da GM na América Latina.
Da inauguração em 2000, até hoje, ainda na ressaca da pandemia, o Complexo Industrial Automotivo de Gravataí triplicou e tem capacidade de produção de 350 mil veículos por ano.
Para efeitos de comparação, a GM Gravataí produz 7 a cada 10 carros de passeio da montadora emplacados no país.
O objetivo de Zaffa com a reunião era garantir ao sindicato, que tem reunião com a direção brasileira da montadora na semana que vem, que podem assumir compromissos que terão suporte do governo municipal.
– Gravataí tem que estar no radar – disse Ascari, que vai buscar mais informações sobre o interesse da montadora em investir em veículos elétricos.
– A GM Gravataí tem tecnologia e mão de obra. Até o fim do ano seria possível adaptar a planta – avalia.
Publicado nos EUA, o GM Authority, site especializado em notícias da montadora, sinalizou nesta sexta-feira para a produção de veículos elétricos no Brasil, como parte do investimento bilionário anunciado.
O artigo GM Announces New $1.4 Billion Investment Cycle In Brazil aponta que os R$ 7 bi servirão para a GM “renovar completamente o portfólio de veículos Chevrolet projetados localmente, para desenvolver tecnologias inovadoras e personalizadas e para criar novos negócios. na região”.
“Além da nova geração de veículos com motor de combustão interna (ICE) produzidos localmente, o investimento também permitirá ajudar a expandir o portfólio de veículos ICE e elétricos importados da América do Norte”, segue.
O GM Authority traz declaração do vice-presidente sênior da General Motors e presidente da GM Internacional, Shilpan Amin, após reunião com Lula em Brasília.
– Com nossa longa história e investimentos para o futuro, o Brasil é um mercado crucial para o crescimento dos nossos negócios da GM. Os motoristas brasileiros continuam confirmando a Chevrolet como sua marca mais querida. Nossos produtos continuam a ter um forte desempenho e vemos grandes oportunidades no futuro para nossos veículos nacionais e importados, conectividade OnStar e outros negócios – disse, acrescentando que “a mobilidade sustentável é o foco principal do próximo ciclo de investimentos no Brasil”.
– No lado tecnológico, a nossa equipe local de desenvolvimento de produtos está fornecendo inovação de classe mundial e sabemos que os clientes são conhecedores da tecnologia e são os primeiros a adotar a eletrificação, em linha com a matriz energética predominantemente limpa do país – concluiu.
Ao fim, como analisei ontem em Por que Gravataí deve receber parte dos 7 bi em novos investimentos da GM; O carro elétrico, os chineses na casa do Lula e o Elon Musk excitado, a GM não pode ficar estacionada.
A concorrência – os chineses da BYD – também anunciou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, horas antes da reunião com a GM, R$ 3 bilhões para investir em carro elétrico na fábrica comprada após o pinote da Ford da Bahia.
Se Gravataí não pode dormir de touca, a GM também não pode ficar com o chapéu chinês na mão. Até porque na China restam poucos usando a palha. É Huawei melhor que iPhone.