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Um mês para Cachoeirinha ter o seu corredor de ônibus

Convênio entre a Cachoeirinha e Metroplan foi assinado nesta quinta | EDUARDO TORRES

Em um mês, a faixa da direita da Avenida Flores da Cunha, em Cachoeirinha, deverá estar com uma pintura diferente e, por consequência, com uma destinação exclusiva, pelo menos nos horários de pico. A chamada "faixa azul", será destinada somente aos ônibus, e a perspectiva é de que o tempo de viagem entre Cachoeirinha e Porto Alegre diminua significativamente.

— Ainda não temos estudos de quanto deve diminuir o tempo do deslocamento por ônibus, mas só a pintura e a proibição de veículos de passeio, criando uma espécie de corredor, já fará uma grande diferença, aumentará a velocidade dos ônibus e reduzirá o intervalo entre viagens. No momento em que iniciarmos essa operação, faremos os levamentamentos necessários apontando as consequências da medida proposta no convênio com o município — aponta o diretor-superintendente da Metroplan, Pedro Bisch Neto.

Sem carros na faixca da direita, mais espaço para a circulação dos ônibus, mas também significará a dminuição de uma faixa aos veículos de passeio.

— Carro de passeio é secundário. Eles não disputarão mais espaço com os ônibus, se vai piorar ou melhorar para eles, não é a nossa preocupação no momento. O transporte público e coletivo, sim, é prioridade. Quem sabe as pessoas passem a optar mais pelo serviço de transporte, liberando espaço na avenida — diz o diretor.

 

Integração dos ônibus

 

O mesmo prazo de um mês é previsto para o início do sistema integrado entre as linhas municipais e metropolitanas que operam em Cachoeirinha. Isso é o que prevê o convênio assinado na tarde desta quinta entre o prefeito Miki Breier (PSB) e a Metroplan. Será uma mudança significativa para quem usa a bilhetagem eletrônica.

É que, em 30 dias, as linhas municipais, que operam com o sistema BEM, terão de estar adaptadas a aceitar o cartão TEU. E aí, nos bairros, o usuário poderá embarcar em qualquer uma das linhas para ir, por exemplo, até o centro de Cachoeirinha.

 

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— Nosso interesse é fazer essa integração em todos os municípios da Região Metropolitana. Já temos estudos também em Gravataí e Viamão. É uma forma mais racional de trabalhar e facilitar a vida do usuário. Aumentará a oferta de ônibus e possivelmente, freará a queda de público no transporte público — avalia Bisch Neto.

Com o convênio, passará a existir o sistema de integração. Por exemplo, se um usuário sair do seu bairro em uma linha municipal e, em menos de 90 minutos, embarcar em outro ônibus metropolitano com destino a Porto Alegre, terá descontado somente os R$ 5,90 correspondentes à passagem até a Capital. No caminho de volta, se desembarcar do metropolitano e embarcar em um municipal, terá a cobrança, novamente, só do valor metropolitano.

No convênio, é previsto o repasse de 80% dos valores da integração à empresa que opera as linhas metropolitanas e 20% à que opera as linhas municipais. Estes percentuais poderão ser revistos um mês depois do início da operação.

 

Menos cobradores, talvez mais ônibus

 

E se a medida é encarada pela prefeitura e pela Metroplan como uma forma de resgatar o transporte público em queda de preferência entre a população, prepare-se para mais mudanças na forma como conhecemos este serviço. Depois do corte autorizado dos cobradores na noite, Bisch Neto antecipa que, em breve, também será prática — mesmo que já seja vista em diversas linhas metropolitanas — o fim dos cobradores nos finais de semana, feriados e fora dos horários de pico.

— A redução de cobradores nos permitiu reduzir 1,6% das tarifas no momento do último reajuste — justifica.

Mas e a redução também visível no número de ônibus oferecidos à população?

O representante da Metroplan não garante qualquer obrigatoriedade às empresas de aumentarem a frota em circulação. Ele acredita, no entanto, que o novo sistema torne tudo mais "inteligente".

— Até agora, temos situações em alguns bairros onde um ônibus para e o usuário não pode embarcar nele, mesmo que ele vá fazer aquele trajeto interno em Cachoeirinha. Significa, para aquele usuário, um ônibvus a menos. Agora, queremos corrigir isso. Trabalhando integradas e, de certa forma, compensando a demanda de passageiros, as empresas vão se acertar — diz.

 

O QUE MUDA

 

: O sistema integrado incluirá as linhas municipais de Cachoeirinha e as linhas metropolitanas que fazem o transporte entre o município e Porto Alegre. Não serão incluídas linhas de Gravataí operadas pela Transcal (Moradas do Vale, Morungava, Itacolomi…)

: O sistema de bilhetagem eletrônica operado nas linhas municipais terá de se adaptar ao TEU.

: Integração — O passageiro que embarcar em uma linha municipal em seu bairro, aproximará o cartão do leitor e terá descontado o valor da passagem municipal. Se, em menos de 90 minutos, ele embarcar em um metropolitano em direção a Porto Alegre, será descontada somente a diferença dos R$ 5,90 em relação ao preço da passagem municipal; No caminho de volta, o passageiro terá descontado o valor metropolitano e, se utilizar uma linha municipal menos de 90 minutos depois, não terá descontado nenhum valor.

: O passageiro poderá embarcar em uma linha metropolitana em seu bairro e desembarcar em Cachoeirinha, mas terá cobrado o valor metropolitano.

: Nos primeiros 15 dias de operação do convênio, será feita uma pesquisa para mensurar o percentual de usuários internos no município que passaram a usar o transporte metropolitano, e a cada seis meses esta pesquisa será repetida.

: Faixa Azul — É o desejado corredor, sem obras estruturais. Nos horários de pico, a faixa da direita da Avenida Flores da Cunha será exclusiva para coletivos.

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