RAFAEL MARTINELLI

Vereador de Cachoeirinha depõe na Assembleia Legislativa e pede proteção após supostas agressões do prefeito Cristian a seu assessor: “Me tem como inimigo a ser exterminado”, diz Almansa

O vereador David Almansa (PT) e o chefe de gabinete Cristiano Kingeski prestaram depoimento nesta quarta-feira na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (CDH) sobre as supostas agressões cometidas pelo prefeito Cristian Wasem (MDB) e o secretário da Infraestrutura Cleo Pereira; revelei o caso com exclusividade, segunda-feira, no Seguinte: em Vereador Almansa acusa prefeito Cristian e secretário Cleo de agredir seu chefe de gabinete Cristiano Kingeski em camarote de show de Alexandre Pires em Cachoeirinha; Da Marielle ao guarda da esquina e Prefeito Cristian divulga nota sobre denúncia de que agrediu assessor do vereador Almansa no show de Alexandre Pires em Cachoeirinha: “Importunação” em “aparente estado de embriaguez”, acusa; Desarmando o guarda da esquina..

Almansa, que ficou em segundo lugar na eleição suplementar de 2022, e Kingeski, que é ex-vice-prefeito de Gravataí, relataram à presidente Laura Sito os acontecimentos da noite de domingo e disseram temer pela vida, por se considerarem perseguidos políticos como retaliação por denúncias feitas pelo mandato de supostas irregularidades no governo.

A principal suspeita citada por Almansa foi a compra pela Prefeitura de 324 lousas digitais para escolas municipais.

– Denunciamos ao Ministério Público de Contas, que pediu e o Tribunal de Contas do Estado acabou abertura de processo contra prefeito pela compra de R$ 10 milhões sob suspeita de superfaturamento – disse, lembrando que a compra aconteceu durante o período eleitoral e é alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral que pode levar até à cassação da chapa Cristian Wasem-Delegado João Paulo; assim como aconteceu com a chapa Miki Breier-Maurício Medeiros e teve como consequência a realização da eleição suplementar vencida pelo atual prefeito em outubro do ano passado.

Almansa também relatou dois episódios de violência registrados em boletins de ocorrência no ano passado.

Em um deles, alega ter sido agredido pelo próprio prefeito, que o teria pego pelo braço e retirado do local onde fiscalizava distribuição de telhas após o ciclone de 2022.

Outro episódio relatado foi vereador foi a invasão do plenário da Câmara e, na saída, chutes e socos em seu carro.

– Foi por homem armado vinculado a forças políticas da cidade – disse, contando ter sido perseguido quando estava dentro do carro com a mãe e um segurança da campanha.

– No mesmo dia outro vereador de oposição, Mano do Parque (União Brasil), só não foi agredido gravemente porque foi trancado em uma sala cercada por uma multidão – acrescentou.

Almansa relatou à CDH ter “algumas imagens” e “buscar outras”, além de ter conduzido o chefe de gabinete para exames de corpo de delito, “que mostrou lesões”, e representado criminalmente contra o prefeito e o secretário.

O vereador lamentou a falta de solidariedade dos colegas de Câmara, mesmo após fazer a denúncia na tribuna, na noite desta terça-feira.

– Para muitos em Cachoeirinha a violência é um componente da política. Tememos por nossas vidas. Sabemos como forças se organizam naquela gestão. Querem nos amedrontar para parar as fiscalizações. O prefeito me tem como inimigo a ser exterminado – disse, concluindo:

– Vim aqui pedir ajuda, proteção. Se algo acontecer com minha vida, familiares ou assessores, o responsável está sentado na cadeira do prefeito. O comportamento dele foi autorizativo para sua base social: se ele, prefeito, pode fazer aquilo em público, seus apoiadores podem fazer qualquer coisa.

Cristiano Kingeski relatou os detalhes das supostas agressões.

– Estava fazendo fotos e vídeos do show, quando recebo um tapa na cabeça, pelas costas, e o prefeito segura minha orelha, perguntando se estava lhe filmando. Logo recebi outro soco, também na nuca, pelo secretário – narrou.

– Tenho 25 anos de militância política, passei por um processo de cassação em Gravataí, mas nunca vi algo como o que está acontecendo em Cachoeirinha: as coisas resolvidas na ameaça, na agressão e na bala. Estamos com medo e sozinhos – concluiu, na saída comentando com a presidente da Comissão de Direitos Humanos sobre a nota assinada pelo prefeito que o acusa de “importunação” e de estar “aparentemente em estado de embriaguez”.

– Isso não tem lógica. Não ficamos só no camarote. Circulamos entre 7 mil pessoas e não ocorreu nenhum incidente, além da agressão cometida pelo prefeito.

Laura Sito, aprovou como encaminhamento da sessão o envio de ofícios pedindo informações para Prefeitura, Ministério Público, Polícia Civil, para a organização do show e para a Câmara “que até agora não se manifestou”.

– Nos últimos anos o expediente da violência política se intensificou no Brasil, o que esvazia o debate público. Agrava mais quando envolve um prefeito. Estamos tratando o caso como violência política – disse, contando com a solidariedade da deputada Luciana Genro, que também acompanhou os depoimentos.

Ao fim, resta-me concluir como no artigo de ontem, PT repudia suposta agressão do prefeito Cristian e relembra episódios passados de violência; A ‘Pobre Cachoeirinha!’ e o faxineiro que caiu para dentro: é mais um dos Grandes Lances dos Piores Momentos da ‘Pobre Cachoeirinha!’, sempre confusa entre o noticiário político e policial.

Inegável é que o caso é grave; que as consequências, se não policiais, políticas, sejam didáticas: ano que vem temos eleição, não disputa por território.

Assista ao depoimento a partir do momento em que, no vídeo abaixo, o relógio marca 10h.

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