RAFAEL MARTINELLI

Vereador de Gravataí comemora aparição em tuíte de Bolsonaro; Só os diamantes são eternos…

O vereador Policial Federal Evandro Coruja (PP) comemorou em suas redes sociais o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter tuitado vídeo de reportagem do SBT sobre a escola cívico-militar de Gravataí.

Reproduzo o post de Bolsonaro (que tem mais de 233 mil visualizações), o de Coruja e, abaixo, sigo.

Sigo eu.

Minha análise sobre as escolas-cívico militares já fiz em Zaffa quer manter em Gravataí escola cívico-militar extinta por Lula; Secretária da Educação defende a ‘escola sem brinco e cabelo verde’; Eu, civil de nascença, reputo o modelo uma ‘mina ideológica’. Aos civis de nascença, como eu, alerto: se clicar no vídeo, não dá para ‘desver’ crianças e adolescentes marchando dentro de um ambiente escolar.

Objetivo este artigo na ‘comemoração’ do vereador.

“Eterno presidente”, escreve. “Seguimos na mesma trincheira”, conclui, marcando Bolsonaro.

Minha régua é igual para todos: não sou daqueles que permitem aos políticos apenas a presunção de culpa. Mas inegável é que o cerco policial-jurídico-político se fecha sobre o ex-presidente.

Cito compilação feita pela Agência France Press (AFP), para não citar a Globo.

Hoje Bolsonaro resta inelegível por 8 anos devido a crimes eleitorais, além de ainda responder a 16 processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Já no Supremo Tribunal Federal (STF), é alvo de cinco investigações no, suscetíveis a penas de prisão.

Quatro foram abertas durante sua presidência (2019-2022), enquanto na última ele é investigado como o suposto instigador do ataque de seus apoiadores à sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro em Brasília.

Em um dos casos, Bolsonaro é acusado de interferir na polícia para proteger familiares suspeitos de corrupção. Ele também está sendo investigado, em outro caso separado ao do TSE, por disseminar informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

As outras duas investigações são por ter vazado informações sigilosas de uma investigação policial sobre um ataque cibernético à Justiça Eleitoral e por declarações sobre a pandemia de covid-19, quando associou a vacina a um suposto risco de contrair HIV.

Sem foro privilegiado após deixar a presidência, ele também deve responder a processos em primeira instância. Entre eles, é acusado de “subversão da ordem” por sua participação em manifestações com slogans antidemocráticos em 7 de setembro de 2021.

Se for condenado de forma definitiva à pena máxima por esses crimes, o ex-presidente enfrentaria quase 40 anos de prisão.

Aqui vai o principal na relação que estabeleço com o vereador de Gravataí, por isso o grifo:

Bolsonaro também é investigado pela Polícia Federal (PF) por vários conjuntos de joias doadas pela Arábia Saudita, algumas das quais teriam entrado no Brasil de forma irregular em 2019.

O escândalo inclui um conjunto de colar e brincos de diamantes destinados à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, avaliados pela imprensa em cerca de 16 milhões de reais.

Esse conjunto foi apreendido pela alfândega quando uma delegação ministerial tentou trazê-lo para o Brasil em 2021.

O caso pode configurar crime de peculato (apropriação de bens públicos) ou tributário, pela entrada de bens privados sem a devida declaração e pagamento de impostos.

Ao fim, tenho certeza que Coruja, que utiliza em seu nome de urna a alcunha ‘Policial Federal’, caso o ex-presidente seja condenado, principalmente no caso das jóias, onde é investigado por seus colegas policiais federais, pule fora da “mesma trincheira” – até por respeito a seu nobre ofício.

“Eterno presidente” é uma cumplicidade perigosa, vereador PF. Na política – e suas pérolas – parecer mais prudente deixar a eternidade para os diamantes, como no 007.

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