RAFAEL MARTINELLI

Vereador Deadpool negocia filiação a partido e sonha com Secretaria no governo Zaffa; A III Guerra Política de Gravataí não tem pão de graça

Fernando Pacheco com roupa de Deadpool, quando vendia pão nas ruas, em imagem que ilustra seu perfil em rede social

Printe & Arquive na Nuvem: o vereador Fernando Deadpool (sem partido) deve se filiar ao Patriotas, partido que negocia fusão com o PTB de Alex Peixe, líder do governo na Câmara de Vereadores.

Como na política não há pão de graça, já sonha com uma Secretaria.

É mais um teste do ‘bem-vindo à política’ que experimenta o prefeito Luiz Zaffalon (sem partido) na III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Marco Alba, pós Abílio x Oliveiras e Bordignon x Stasinski.

O Patriotas – que lançou Cabo Daciolo à Presidência da República em 2018, foi ‘quase partido’ de Jair Bolsonaro em 2021 e não apoiou ninguém em 2022 – é presidido na aldeia por Ricardo Canabarro, chefe de gabinete do vereador Demétrio Tafras (PSDB) e ex-vereador que foi um dos artífices do golpeachment contra a prefeita Rita Sanco (PT) e o vice Cristiano Kingeski (PT) em 2021.

O político era do PV, então partido do hoje vereador Cláudio Ávila (União Brasil), que apresentou as 11 denúncias – arquivadas, com resultado de absolvição ou sem sentença condenatória com trânsito em julgado – que levaram à cassação e tiveram como consequência política o início do hoje ameaçado império do MDB, a partir dos governos tampões dos falecidos Nadir Rocha e Acimar da Silva, que antecederam a eleição de Marco Alba nas urnas, em 2012.

Fato é que Deadpool – mesmo que em meio a uma crise com colega governista, que revelei em Vereadora da causa animal, Márcia Becker registra B.O. acusando Fernando Deadpool por ter atropelado cão e não prestado socorro em Gravataí; O sangue moral na Brasília amarela – já resta na ‘nova base de Zaffa’ em votações e cargos; leia em Vereador Fernando Deadpool ‘está’ no governo do prefeito Zaffa em Gravataí; O ‘Ser Político’ e A triangulação de cargos que confirma vereador Fernando Deadpool na nova base do governo Zaffa pós-III Guerra Política de Gravataí.

É o que chamo ‘Situação A’, que já atraiu também os oposicionistas Bombeiro Batista (Republicanos) e Clebes Mendes (MDB); leia em Vereador mais votado, Bombeiro se filia ao Republicanos com Zaffa, Dr. Levi e presenças-surpresa; Mais ‘Choquei’ da III Guerra Política de Gravataí, Quincas Borba e as batatasEx-assessor de Jones é nomeado no governo Zaffa; Do ‘Choquei’ ao Ulysses na III Guerra Política de Gravataí.

Deadpool é o mesmo que responde a ação assinada pelo prefeito e pelo vice-prefeito Dr. Levi Melo (Republicanos) por episódio envolvendo médica em posto de saúde; leia em Tem peso da assinatura do prefeito o novo pedido de Comissão de Ética que pode levar até a cassação do vereador Fernando Deadpool; Saiba o que diz ofício de Zaffa à Câmara de GravataíVereador mais próximo ao prefeito Zaffa também pede Comissão de Ética para Fernando Deadpool; A Câmara ‘Pelada Em Gravataí’Bomba política em Gravataí: Cláudio Ávila aciona Comissão de Ética que pode cassar Deadpool. Simers faz denúncia por ações nas UPAs; “Vão tentar me calar, prezo por minha segurança”, reage vereador e Vereador mais próximo ao prefeito Zaffa também pede Comissão de Ética para Fernando Deadpool; A Câmara ‘Pelada Em Gravataí’.

Ação essa que provoca o constrangimento de um dia estarem depondo no Fórum em lados opostos e, no outro, sentados na mesma mesa tratando de projetos do governo – e, reputo, ação que nem Zaffa nem Levi devem retirar, já que enviaria um mau sinal para o quadro de servidores, já que uma funcionária, no caso a médica, exposta em toda polêmica, restaria desautorizada por interesses políticos.

Ao fim, concluo como nos artigos anteriores: é mais um ‘bem-vindo à política’, o prefeito tendo que ser político e não mais o outsider da campanha, quando foi eleito com 51% dos votos sem nunca antes na história dessa cidade ter disputado uma eleição.

O que Zaffa e Dr. Levi estão experimentando – agora sob o dilema de dar Secretaria para Deadpool! – me lembra sempre o ‘Ser Político’, verbete do Millôr e entidade que transcende esquerda, direita ou nem-nem:

Ser político é engolir sapo e não ter indigestão, respirar o ar do executivo e não sentir a execução, é acreditar no diálogo em que o poder fala e ele escuta, é ser ao mesmo tempo um ímã e um calidoscópio de boatos, é aprender a sofrer humilhações todos os dias, em pequenas doses, até ficar completamente imune à ofensa global, é esvaziar a tragédia atual com uma demagogia repetida de tragédia antiga, é ver o que não existe e olhar, sem ver, a miséria existente, é não ter religião e por isso mesmo cortejar a todas, é, no meio da mais degradante desonra, encontrar sempre uma saída honrosa, é nunca pisar nos amigos sem pedir desculpas, é correr logo pra bilheteria quando alguém grita que o circo pega fogo, é rir do sem-graça encontrando no antiespírito o supremo deleite desde que seu portador seja bem alto, é flexionar a espinha, a vocação e a alma em longas prostrações ante o poder como preparação do dia de exercê-lo, é recompor com estoicismo indignidades passadas projetando pra história uma biografia no mínimo improvável, é almoçar quatro vezes e jantar umas seis pra resolver definitivamente o problema da nossa subnutrição endêmica, é tentar nobremente a redistribuição dos bens sociais, começando, é natural, por acumulá-los, pois não se pode distribuir o pão disperso, e é ser probo seguindo autocritério. E assim, por conhecer profundamente a causa pública e a natureza humana, estar sempre pronto a usufruir diariamente do gozo de pequenas provações e a sofrer na própria pele insuportáveis vantagens.

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