JEANE BORDIGNON

Zulair: pioneira da literatura da aldeia permanece viva com prêmio criado pelo Coletive Arts 

A história da cultura de Gravataí passa pelo nome de Zulair Maria de Souza. Apesar de ser catarinense de nascimento, foi aqui na aldeia que ela viveu por mais de 40 anos e junto a outros pioneiros criou a Associação Literária de Gravataí, primeira associação cultural organizada e registrada no município, formalizada no Cartório de Ofícios de Registros Especiais do município em 11 de junho de 1994 (numa época em que a colunista aqui era apenas uma menina de 13 anos que gostava muito de escrever, mas nem conhecia os outros escritores da cidade).

Daquela turma, Pedro Eltz, Edílio Soares Fonseca, João Batista de Oliveira Gomes, J.P. Fialho e Ada Pessano já foram fazer arte em outra dimensão (ou no céu, para quem acredita). E recentemente Zulair juntou-se a eles, deixando apenas a amiga Isab-El Cristina como remanescente da ALG, já que Borges Netto não reside mais em nossa cidade. E sempre que pode, Isab-El lembra dos feitos de Zulair à frente da presidência da Associação, como o Baile de Máscaras no cine-teatro ainda em obras, o Resgate da História nas cinzas (após o triste incêndio em nosso Museu Agostinho Martha), parceria nas oficinas de arte da Fundarc, oficinas de poesia nas escolas, participação em feiras de livros de Gravataí, Porto Alegre, Canoas, Esteio entre outras cidades da região metropolitana, além de feiras em escolas municipais, estaduais e particulares com palestras dos autores do grupo. 

“A ALG, na gestão Zulair, movimentou a literatura gravataiense, não se atendo em recitais mensais. Para ela não havia limites para a arte”, ressalta Isab-El, que é atual Diretora Cultural do Coletive Arts. Ela conta que Zula, como era conhecida, assumiu a presidência da Associação quando da desistência do então presidente, e foi reeleita por mais dois mandatos. Durante seu período de gestão, foi patrona da Feira do Livro de Gravataí – 1999, Cachoeirinha e de outras cidades. Na festa de cinco anos da FUNDARC foi eleita poeta revelação por um júri previamente escolhido pela autarquia, todos de fora do município, recebendo o troféu Destaque em Literatura/98. Também foi destaque literário em Garopaba em evento representando a FUNDARC e a ALG, levando além o nome e a arte da nossa cidade.

Como uma forma de manter viva a história e o legado de Zulair, o Coletive Arts deu o nome dela a um prêmio que terá sua estreia agora na 35ª Feira do Livro. É o 1º Prêmio Destaque Cultural Zulair Maria de Souza, Um Ser Complexamente Simples, que será entregue no sábado, 29 de junho, às 16h30min, na Tenda de Contação de Histórias Denise Medonha. O Coletive Arts vai ocupar esse espaço das 13h às 17h com diversas atividades, culminando na premiação.

Entre os indicados, escolhidos pelos membros do coletivo de artes, estão várias pessoas que atuam pela cultura de Gravataí, de diversas áreas. A votação está acontecendo por meio de um link que vem sendo encaminhado por meio das redes sociais aos interessados em votar.

“É preciso ter memória das pessoas que fazem a história. Nós temos que nos fortalecer e fortalecer a cultura, e uma maneira de fortalecer a cultura é através da memória, trazendo o trabalho dessas pessoas sempre para o consciente e para o inconsciente de uma cidade, porque trazer é recordar. Vem de cordis, do coração. Recordar, fazer voltar pelo coração. Então todo ano a gente vai estar recordando, vai estar trazendo ao coração da cidade, ao coração da cultura, o nome da Zulair e seu trabalho”, explica Jorginho, administrador e um dos membros fundadores do Coletive Arts.

E tem muito mais coisa boa na programação da 35ª Feira do Livro de Gravataí, que também vai marcar a inauguração da tão esperada Rua Coberta. É lá, no novo espaço de cultura e lazer da nossa cidade, que as diversas atividades da Feira vão ocorrer, a partir desta quarta-feira, 26 de junho, até o domingo, dia 30. A colunista aqui estará presente no Sarau do Clube Literário (dia 28, às 19h), e no Painel do Patrimônio, uma iniciativa da minha museóloga preferida Helena Thomassim Medeiros, que vai reunir muita história durante o último dia da Feira. Na próxima coluna vou contar mais sobre esse painel, onde levarei o trabalho da minha amiga Denise Pacheco Lopes, a eterna Medonha, sempre presente.

A programação completa você confere aqui: https://gravatai.atende.net/cidadao/noticia/35-feira-do-livro-de-gravatai-tem-inicio-dia-26-de-junho

Nos encontramos lá? 

Bora para a Feira do Livro!

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