Antônio Teixeira dispensa apresentação aos que acompanham a história política de Cachoeirinha. Algumas características apontei em outubro, na entrevista Será que Antônio Teixeira ainda é BOM?; 2020 já se inscreve em 2019, quando o experiente político se filiou ao PTB.
Na noite desta segunda, a surpresa: ele deixou o partido. Comunicou pelo Facebook, como você lê clicando aqui.
Ouvi-o nesta terça. Discreto, o ex-vereador foi só agradecimento pelos apenas três meses na sigla. Mas arrisco interpretar que a seca de idéias novas neste PTB – a ‘Situação B’, como é descrita, no bullying político – para representar uma oposição verdadeira ao governo Miki Breier (PSB) desagradou o bancário aposentado e empresário do ramo de sítios de lazer, que tem por hobby cultivar ipês.
– A cor do ipê muda conforme o solo – explicou-me, matreiro em desviar as perguntas ou respondê-las com metáforas, à sombra das árvores em seu sítio na parada 105 de Morungava, “lugar bonito como quero deixar Cachoeirinha”.
O que não muda é a semeadura de Antônio para concorrer a prefeito neste ano. Como ‘Oposição A’. Ou ‘Oposição B’, ou ‘Oposição C’, como apontarão certamente os mais à esquerda, e mais à direita, da ferradura ideológica.
Óbvio é que a falta de segurança de que seria ele o candidato a prefeito desmatou a relação com o chefe do PTB: o ex-colega de Câmara Reni Tolentino, que articula para o atual vereador Rubens Otávio Steigleder Ohlweiler sair do MDB e voltar ao partido pelo qual foi vereador no primeiro mandato, mas agora para concorrer à Prefeitura.
– Sou candidato a prefeito. Não é crime querer isso. E vou ser eleito – diz Antônio, de seu jeito bonachão.
– Em 2016 fiz 13 mil votos que custaram cada um 11 centavos. Foi a campanha mais barata do Rio Grande do Sul. Meu vice (Rafael Velho) tinha 19 anos. O atual prefeito tinha o apoio dos 17 vereadores. Não fui e não sou Miki. Eu sou candidato da oposição sem rabo preso. Não sou xaropão que fico batendo selfie em buraco de rua, tenho projetos para a cidade e confio no apoio popular dos que não aprovam esse governo.
O novo ‘solo’ de Antônio deve ser a Rede Sustentabilidade, de onde saiu. O grande problema é que o partido, que caminha para a extinção, e uma fusão com o PV, não tem fundo partidário. Na campanha, a previsão é de ‘seca’ de dinheiro.
– Sou favorável às candidaturas avulsas. Pena não valer nesta eleição.
Ao fim, quem sorri é Miki, que articula para repetir a chapa com Maurício Medeiros (MDB). O prefeito representará a ‘Situação A’, e terá como adversários, provavelmente dividindo votos entre os eleitores descontentes com o governo, a ‘Situação B’, com Rubinho; e as oposições ‘A, B e C’, com Antônio; João Paulo Martins (PSL) e o candidato do PT (Jeferson Lazaroto ou Volnei Borba).
Podemos ter um eleito com o menor número de votos da história de Cachoeirinha. Isso se não acontecer o que previu o jornalista Roque Lopes, de O Repórter, super presente nas coberturas políticas locais, em post feito há 16 horas em seu perfil pessoal no Facebook:
– Miki vence a reeleição de lavada. Oposição em Cachoeirinha não existe. Só brigam por interesses políticos. O povo que se dane.
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