RAFAEL MARTINELLI

Os efeitos em Gravataí de Eduardo Leite no PSD; a foto e a fumaça branca

Saiu a fumaça branca.

Eduardo Leite resta filiado ao PSD, como antecipei para o mundo ainda na terça-feira. A assinatura, na sexta-feira, tem reflexos na política gravataiense, como já tratei em uma série de artigos anteriores, como SEGUINTE TV | O Sr. Protocolo: vinda do governador mostra o que está no cardápio da política em Gravataí; Os bastidores, em texto e vídeo.

É o partido de Dimas Costa, ‘embaixador’ do governador em Gravataí, que, ao menos por enquanto, é o único deputado estadual de sua nova sigla. E é para onde também deve ir o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB).

– Estarei com ele no PSDB ou no PSD. O que for melhor para ambos. Ficamos de conversar em breve – disse Zaffa ao Seguinte:, após participar de reunião de mais de duas horas, em plataforma virtual restrita, na qual Leite pediu a cerca de 40 prefeitos e vices tucanos para que o acompanhem, “em um movimento em grupo”, como a jornalista Rosane Oliveira revelou em sua coluna em GZH.

O prefeito já tinha antecipado ao Seguinte:, em entrevista sobre seus primeiros 100 dias, que seguiria a estratégia do governador: segui-lo no PSD, ou permanecer no PSDB, mantendo o comando do partido que, com sua saída, teria como principal liderança local seu vice, Dr. Levi Melo.

O PSDB nacional, porém, distribuiu nota crítica à desfiliação de Leite, descrita como “caminho mais fácil”. Evocando “coerência”, o partido lembrou que a escolha de se fundir com o Podemos “contou inclusive com o voto do próprio governador”. 

Já Dimas, que recebeu uma ligação de Leite na noite de quinta, comemorou a filiação.

– O governador disse que se filiaria a um partido onde tem amigos, e me colocou entre eles, o que muito me orgulha – disse ao Seguinte: o deputado gravataiense, que em abril foi a São Paulo apelar ao presidente nacional Gilberto Kassab para que viabilizasse a filiação de Leite.

Nem Zaffa, nem Dimas, querem falar sobre os reflexos nas eleições de 2026 e 28: a ordem é governar, como já reportei em SEGUINTE TV | 100 dias de Zaffa 2: “Governo bom é que elege. É hora de trabalhar, não de falar em 26 ou 28. O povo não quer saber de eleições”; Assista a entrevista do ‘café quente’ e O que diz Dimas, ‘embaixador’ de Leite em Gravataí, sobre efeitos em 26 e 28 de uma filiação do governador em seu PSD: “É hora de entregas, não de intrigas”; a entrevista.

Entretanto, para além das falas públicas de despiste, entendo que a postagem de foto de uma confraternização, na noite em que Leite comunicou a Zaffa e Dimas sua filiação, e com a participação dos dois, evidencia a proximidade de um grupo político. É a imagem que ilustra este artigo.

As versões para o churrasco na casa de Jones Martins (MDB), ex-deputado federal e atual presidente da Fundação de Proteção Especial no governo Leite, são de que se tratava de um encontro de amigos, no qual assistiram ao jogo do Inter e falaram sobre a escolha do novo papa.

O convidado ilustre era Sérgio Zambiasi, hoje no Podemos, que, lembrem-se, está se fundindo ao PSDB. O ex-senador chegou no carro de seu fiel escudeiro, Paulinho da Farmácia, vereador pelo Podemos.

Também confraternizaram o presidente da Câmara de Vereadores, Clebes Mendes (PSDB), o líder do governo Alex Peixe (PSDB), além do secretário da Fazenda e ‘número 1’ do prefeito, o ‘Zaffa do Zaffa’, Davi Severgnini (PSDB), o secretário de Infraestrutura Laone Pinedo (PSDB) e seu adjunto, Mauro Greco (PSDB), além do secretário de Governança e Comunicação Evandro Soares, ex-vereador que é presidente municipal do PL.  

Não reconhecer a potência da foto, postada por Dimas e aceita em colaboração por Zaffa em seu Instagram, é desconhecer os símbolos da política. Inúmeros encontros como este acontecem nos bastidores da política. Quando ganha post, alguma coisa comunica.

Minha leitura é obvia. Não consigo identificar se, na postagem, o dedo de Zaffa aponta para Zambiasi, para Dimas ou para os dois. Parece-me, contudo, que o retrato do encontro de cardeais da política local representa a fumaça branca de que Dimas, o ‘embaixador de Leite’, será o candidato preferencial de Zaffa em 26 – e Zaffa é, com a popularidade de uma eleição ‘em primeiro turno’, com mais de 64 mil votos, um ‘Grande Eleitor’ nas próximas eleições.

Ao fim, Millôr tinha um verbete: “Na política, os ausentes são mortos temporários”. Reputo grita, na foto e na simbologia política, a ausência de Dr. Levi, também pré-candidato e principal liderança local do partido que é de Zambiasi e, com a fusão, também da maioria dos presentes ao convescote.

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