RAFAEL MARTINELLI

Dr. Levi abre chance de concorrer a deputado federal em 26 e deflagra sucessão de Zaffa em 28 em Gravataí; os 1.245 dias e o ‘Imponderável de Almeida’

O vice-prefeito de Gravataí Dr. Levi Melo (Podemos) abriu a possibilidade de concorrer a deputado federal em 2026 e, de certa forma, deflagrou a sucessão do prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) em 28.

– Gravataí é uma cidade de 265 mil habitantes, que tem condições de ter deputado estadual e federal. Hoje temos uma deputada estadual eleita, que é Patrícia Alba (MDB), e um suplente atuando, Dimas Costa (PSD), mas nenhum federal. São 193 mil eleitores. A princípio, sou pré-candidato a deputado estadual, já está definido pelo partido, mas a possibilidade da fusão entre Podemos e PSDB nos faz aguardar o que vai acontecer em nível municipal, estadual e federal – disse, em recorte postado em suas redes sociais, cuja origem é entrevista ao podcast Giro Semanal.

– Não há nenhuma tratativa sobre 28, mas naturalmente, por ser vice-prefeito, seria candidato a prefeito. São duas eleições diferentes, sob certos aspectos interligadas, mas não podemos usar isso hoje. Como Poder Executivo, temos que fazer a cidade andar. O governo Zaffa e Dr. Levi tem feito isso, queremos continuar fazendo isso. Precisamos. Mas a gente tem ambições. Gravataí precisa ter representatividade, tanto na área estadual como federal – concluiu, num dos únicos três trechos que postou da entrevista.

Aposto Dr. Levi, que na manifestação se coloca como potencial candidato a estadual, federal e prefeito, analisa não só o futuro do partido e a coligação com o partido do prefeito (que ainda pode seguir Eduardo Leite numa provável filiação ao PSD de Dimas, e aí apoiar o hoje deputado estadual e ‘embaixador’ do governador em Gravataí), mas também presta atenção em uma decisão do casal Alba, oposição ao governo.

O ex-prefeito Marco Alba (MDB) disse ao Seguinte: que ainda em maio ele e a esposa Patrícia anunciam quem concorre à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. Que os dois concorrem é uma certeza, como garantiu o próprio ex-prefeito.

Por óbvio, o movimento, aliado às decisões partidárias de Zaffa e Leite neste ano, motivará cálculos eleitorais por Dr. Levi.

Se Marco concorrer a estadual, e Dimas tiver o apoio de Zaffa, não só como retribuição por ter retirado a candidatura a prefeito para apoiar a reeleição, mas por estarem num mesmo partido, o PSD, Dr. Levi pode ficar fora das quatro linhas do ‘GreNal político’ que se desenharia em 26. Uma candidatura a federal poderia ter mais espaço em Gravataí.

A temperatura do café e o mundo desde o fim

Já sobre 28, qualquer projeção esbarra no tempo e no ‘Imponderável de Almeida’, fantasma que por vezes assombra governos e eleições.

Como vice-prefeito reeleito, Dr. Levi é, ao menos à distância, o candidato natural à sucessão. Inscreve-se, agora, como o primeiro político gravataiense a falar publicamente sobre isso.

Porém, nos bastidores, políticos sempre lembram o nome de Davi Servegnini, secretário da Fazenda por uma década, coordenador político da campanha da reeleição e da construção da maior aliança eleitoral da história do município, além de ser em análise unânime do meio político o ‘número 1’ de Zaffa.

Ao analisar os rumores sobre Davi estar na fila da sucessão, criei a figura de linguagem de que ele pode ser ‘o Zaffa do Zaffa’, o outsider das urnas, mas não da política, que pode ser o escolhido pelo prefeito, assim como aconteceu com Zaffa, quando em sua primeira eleição teve como ‘Grande Eleitor’ o então prefeito Marco Alba.

Fato é que, em entrevista ao Seguinte: em abril, Zaffa manifestou incômodo com a antecipação da eleição de 26, e mais ainda com a de 28. Em sua recente entrevista, Dr. Levi, de certa forma, também procurou falar transversalmente sobre o tema, é preciso reconhecer.

Ao fim, não conheço o mundo desde o fim, como dizia Caetano, mas de política um pouco entendo. Caso o ‘Imponderável de Almeida’ não separe os governistas antes de 28, reputo terá o prefeito como ‘Grande Eleitor’ aquele que colocar o governo como prioridade e não ajudar a ‘esfriar o café’ de Zaffa.

Se o governo e a popularidade do prefeito não estiverem em alta nos 1.245 dias até 1º de outubro de 28, não importa qual seja o candidato a algo – ou a tudo.


Assista a entrevista completa de Zaffa à TV SEGUINTE:

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