O Coletivo Mato do Júlio luta por cinco anos para que a última floresta da grande Porto Alegre seja desapropriada e cessem as investidas da especulação imobiliária. Das 8h30min às 12h deste sábado (10), quem passar pela Feira Ecológica do Bom Fim, na Avenida José Bonifácio, junto ao Parque da Redenção, em Porto Alegre. vai poder saber mais sobre o movimento.
O Mato do Júlio é o pulmão de Cachoeirinha e da Região Metropolitana, uma floresta de Mata Atlântica de 256 hectares, com diversas espécies de animais como graxaim-do-mato, mão-pelada, ouriço, gambá e até gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus), ameaçado de extinção. O local também abriga uma retomada indígena da etnia Mbya Guarani.
Rodeada de bairros populosos, a área costeia a principal avenida da cidade e contribui para reduzir o impacto das chuvas na Região Metropolitana por sua característica de retenção hídrica junto à várzea do Rio Gravataí. Durante a enchente de maio de 2024, cerca de 35% da água que deixou 25 mil pessoas desabrigadas ficou dentro do espaço. Ou seja, caso ele tivesse sido devastado para construções, entre 5 a 9 mil pessoas a mais teriam sido afetadas pela tragédia ambiental.
A cobertura arbórea gera benefícios às cidades, como a redução da temperatura, a melhora da qualidade do ar, a promoção da biodiversidade, além de exercerem o papel de espaços para lazer e conexão com a natureza.
O nome da área se deu por conta de seu último morador, Júlio Baptista, que até sua morte, em 2002, morou no casarão construído em 1814. Júlio Ele era um dos herdeiros do Comendador João Baptista Soares da Silveira e Souza, que, ainda criança, veio dos Açores para o Brasil e recebeu as terras que tornaram-se a Fazenda da Cachoeira, dando origem ao município de Cachoeirinha.