crise do coronavírus

A ’despiora’ da COVID: platô é de 3 vidas perdidas por dia em Gravataí; São mortes com rosto, como os Denicol ou a profe Maura

Foto AGÊNCIA BRASIL

Mesmo que o número de gente nas ruas faça parecer que já vivemos o ‘novo normal’, e ricos e pobres já badalem nas baladas, na ‘ideologia dos números’ mostra que há ‘estabilidade’, mas nas alturas do Morro Itacolomi nestes primeiros 15 dias de junho.

Até houve uma ‘despiora’, mas o ‘platô’ foi de, em média, 3 vidas perdidas a cada 24h, frente a 3,6 de maio. São tragédias com rosto, como da família Denicol, que perdeu o professor, empresário e diretor da Acigra, Luiz Denicol, aos 51 anos, uma semana após a perda dos pais, ou da professora Maura Rejane, das escolas municipais Duque de Caxias e Nossa Senhora Aparecida.

Gravataí encerrou o mês passado e segue nesta primeira quinzena em “Aviso”, o primeiro dos ‘3 As’ no novo sistema de monitoramento da COVID-19 no Rio Grande do Sul.

Na Região 10, maio registrou 184.936 casos e, nesta terça (15), eram 193.652. Os óbitos passaram de 7.290 para 7.529. A mortalidade cresceu de 307.7 para 317.8 a cada 100 mil habitantes.

Em Gravataí, maio encerrou com 21.355 casos e 756 óbitos. Neste dia 15 eram 21.977 casos e 801 mortes. A média diária de casos ficou estável: de 37,2 variou para 41,4. A média de mortes caiu de 3,6 para 3 a cada 24h.

Para efeitos de comparação, janeiro e fevereiro tinham média próxima a 2 vidas perdidas por dia.

Na R10, a taxa de ocupação de UTIs manteve estabilidade nos primeiros 15 dias: de 78,2% para 78.9. No RS também, de 87% para 86.5.

Em Gravataí, nesta terça (15), as 16 UTIs e os 12 leitos de enfermaria estavam ocupados. No Hospital de Campanha, superlotação: há 6 pacientes a mais do que os 10 leitos já cheios.

Conforme especialistas, a estabilidade nos hospitais segue em patamar elevado, o que provoca mortalidade alta, e mantém o risco de sobrecarga no sistema de saúde caso sejam disseminadas novas variantes. 

Ao fim, sigo como Dr. Stockmann, em Um Inimigo do Povo, de Ibsen: de máscara, tomando e apelando por cuidados sanitários, e crítico aos covidiotas.

Como pode alguns andarem por aí como se não houvesse amanhã, não só para si, mas para os amores de outros?

Como pode Jair Bolsonaro se preocupar com o fim da proibição de máscara, quando temos 300 novos casos por milhão de habitante ao dia, uma incidência cinco vezes maior que os EUA, que por sua vez tem 43% da população completamente imunizada, enquanto temos 11%?

Hoje mais uma vez o deprimente da república transforma o uso de máscara em uma polêmica e repete criminosamente o “toma vacina quem quer”, mesmo que de forma um pouco menos dolosa do que quando falou em “virar jacaré”.

Ah, mas porque tanto mimimi pelo presidente só pedir um estudo sobre não usar máscara, pode questionar o ex-prefeito de Gravataí Edir Oliveira?

Reputo tão perigoso quanto algum dos 500 órfãos da COVID pedir na internet sugestões para matar o presidente.

Nem um estudo nem um post matam; suas consequências sim. Loucos são excitados por ideias.

As palavras tem força.

Lembro trecho de “Navio Negreiro, Tragédia no Mar”, de Castro Alves:

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura… se é verdade

Tanto horror perante os céus…

 

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