opinião

Aniversário de Miki foi convite à reeleição

Miki Breier comemorou 54 anos nesta segunda com festa em Cachoeirinha

Miki Breier comemorou um aniversário de reeleição, na noite desta segunda. O prefeito de Cachoeirinha lotou o Casa Verde Food Park de familiares, amigos, empresários e políticos na festa de seus 54 anos.

– Agradeço aos amigos, principalmente das horas difíceis. Se tivesse mais almas, daria pelo nosso povo – discursou o professor de filosofia, lembrando as dificuldades de um governo que começa se mexer ao sair da fumaça deixada pela saída da Souza Cruz, uma ‘GM de Cachoeirinha’, e tentando equilibrar um gasto com a folha de pagamento que consumia 7, e hoje baixou para menos de 6, a cada dez reais.

– Não há cruz maior do aquela que se pode carregar. E tenho amigos e companheiros para ajudar – seguiu filosofando, ao lado da companheira Vanessa, da mãe Ives, e dos filhos Saulo e Raquel; e deixando para os convidados defenderem sua reeleição.

Assim foi com Beto Albuquerque, vice-presidente nacional, presente à festa junto ao presidente do PSB gaúcho, Mário Bruck, e do deputado estadual socialista Dalciso Oliveira e praticamente dirimindo a dúvida sobre o apoio do partido.

– É o nosso candidato.

A repetição da chapa também foi sinalizada pelo atual vice. Maurício Medeiros usou o exemplo do colega de MDB Marco Alba, reeleito no pleito suplementar de 2017, para vender a esperança de que, após as dificuldades do primeiro governo, “está chegando o tempo de colheita”.

Na cidade vizinha, Marco, após um governo pagando dívidas e fazendo um ajuste fiscal ao estilo ‘déficit zero’ perdeu a eleição de 2016, mas com a impugnação do eleito nas urnas, Daniel Bordignon (PDT), pela suspensão dos direitos políticos devido a uma condenação por contratações irregulares de funcionários, enfrentou nova disputa e foi reeleito.

– Que não arrisquemos como Gravataí, que hoje é a cidade que mais investe no Rio Grande do Sul e talvez no Brasil, com R$ 100 milhões em obras após arrumar a casa, da mesma forma que estamos fazendo.

O discurso de Maurício lembra 2000, com personagens antagônicos: à época, José Stédile foi eleito prefeito de Cachoeirinha pela primeira vez apresentando como modelo os primeiros quatro anos do então colega de PT, Daniel Bordignon, em Gravataí.

– É como no Estado: hoje todo mundo reconhece que “o gringo estava certo” – comparou, em uma referência ao ex-governador José Ivo Sartori, arrancando sorrisos:

– Em Cachoeirinha, o alemão Miki Breier está certo!

O peso político da festa pode ser ilustrado pelo apoio e presença de, além de secretários; conselheiros tutelares (Bibi Melo, Salete Trajano e Jusceli Fernandes da Rosa); presidentes de partidos (Sueme Pompeo de Matos, do PDT; Vanderlei Carlos Silva Marcos, do Avante; e Nino Paiva, do PP); da Associação Comercial, Cleber Soares, e do Observatório Social Celso Leite da Silva; artistas como Cleiton Amorim, Jerri & Taíse; e vereadores e ex-vereadores como Felisberto Xavier, Luiz Henrique Tino, Francisco Major Belarmino, Christian Wasem, Edson Cordeiro, Manoel D Ávila, Juçara Caçapava, Paulinho da Farmácia, João Tardeti, Brinaldo Mesquita, Denoir Silva e – como expoentes – o presidente da Câmara Fernando Medeiros e o candidato a deputado estadual mais votado da cidade em 2018, Deoclécio Melo.

Dizem que não é elegante procurar problemas quando se é convidado para uma festa, mas, neste caso, por ‘exercício constitucional da profissão’, não é preciso nenhum Gilmar Mendes para dar habeas corpus preventivo para jornalista. Então, impossível não perceber, pelo menos entre às 19h e às 23h, tempo em que acompanhei a festa, a ausência de José Stédile, ex-prefeito e presidente estadual licenciado do PSB desde que assumiu a secretaria de Obras do governo Eduardo Leite (PSDB) – o outro ex-prefeito da sigla, Vicente Pires, não conta, por notório desafeto de Miki.

No artigo A desastrosa entrevista de Stédile sobre Miki; eu vejo o futuro repetir o passado, publicado semana passada, tratei do momento conturbado vivido por prefeito e ex – aí reproduzindo a II Guerra Aldeana que tirou o PT do poder após 16 anos.

Ao fim, a ‘festa modo reeleição’ de Miki talvez faça Stédile discutir a relação pensando com mais carinho em manter a união para ir além das ‘bodas de porcelana’ no ‘casamento’ do grupo político dos dois com o poder, que em 2020 completa duas décadas.

Após uma tentativa de golpeachment, duas CPIs e boicotes de personagens do próprio partido, Miki está mais vivo do nunca. 

 

 

 

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